quinta-feira, 21 de julho de 2011

Invictus e apartheid

Hoje vi um filme que me fez refletir bastante, foi até nostálgico. Invictus, dirigido por Clint Eastwood, com Morgan Freeman e Matt Damon, mostra os desafios que Mandela enfrentou após ser eleito presidente da África do Sul.


Tomei conhecimento do Apartheid quando eu tinha 10 anos, através da música "Libertem Mandela", da Banda Reflexus.

Desde então minha indignação só aumentou, porque nunca entendi como seria possível existir tal regime em pleno século XX.




Um regime em que por força de lei a minoria branca detinha todos os privilégios e a maioria negra vivia segregada, politicamente, socialmente, economicamente e até mesmo, geograficamente. 

Os negros apesar de serem mais de 70% da população não podiam votar, não podiam manter negócios ou práticas profissionais em quaisquer áreas. A implementação desta política resultou no confisco da propriedade e remoção forçada de milhões de negros.

As áreas de negros raramente tinham saneamento ou eletricidade. Os hospitais eram segregados, sendo os destinados a brancos capazes de fazer frente a qualquer um do mundo ocidental e os destinados a negros, comparativamente, tinham séria falta de pessoal e fundos.

A educação de cada criança negra custava ao estado apenas um décimo de cada criança branca. Educação superior era praticamente impossível para a maioria dos negros.
As praias eram racialmente segregadas, com a maioria (incluindo todas as melhores) reservadas para brancos.
Um branco que entrasse em uma loja seria atendido primeiro, à frente de negros que já estavam na fila, independente da idade ou qualquer outro fator.

Anos atrás eu vi um documetário sobre o governo de Nelson Mandela que mostrava o esforço do poder público para extinguir a segregação racial no país, proibindo por exemplo, que houvesse divisão racial nas escolas públicas.

Mas a minoria branca se valendo do poder econômico colocava os filhos em escolas particulares, para que os mesmos não estudassem com negros. Diante disso o governo implementou políticas afirmativas, pagando a mensalidade das escolas privadas para que negros e brancos estudassem juntos.

É impossível não comparar Nelson Mandela com Luis Inácio Lula da Silva, resguardando-se as devidas proporções, é claro.

O filme mostra o esforço do presidente Mandela para governar  uma nação dividida que precisava ( ainda precisa) ser unida. Uma nação onde negros e brancos, mesmo com o fim do apartheid , ainda eram como água e óleo.
Uma nação que foi unida com toda a habilidade política e, acima de tudo, humana de Nelson Mandela, como o filme "Invictus" retrata muito bem.

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