terça-feira, 28 de agosto de 2012

FOCO: Gestão da Política Educacional


Realizamos mais um encontro (FOCO) com os gestores para discutirmos a melhoria da qualidade do ensino nas escolas jurisdicionadas a URE Timon. Sabemos que não é uma tarefa fácil, tal questão envolve um leque de obstáculos, e nós temos consciência disso. ((Ei, alguém lembra da primeira?) ... Ok ok (E da segunda FOCO, alguém lembra?) 

O programa Gestão Nota 10 visa justamente eliminar um dos gargalos da nossa educação que é a falta de gestão profissional em nossas escolas. Ainda possuímos muitos gestores que atuam de forma empírica, intuitiva, ou simplesmente não tem nenhum planejamento de trabalho.

Eu já falei sobre essa questão aqui diversas vezes, (confira aqui) a atuação do gestor é fundamental para o avanço da educação e o Gestão nota 10 está ai pra isso.

De acordo com Casemiro de Medeiros (2009):
“... a gestão escolar é responsável pela orientação do processo educativo, no sentido de garantir a aprendizagem dos alunos, do bem estar docente e do desenvolvimento da gestão democrática voltada para o exercício da cidadania.”

No leque de obrigações do gestor, destacamos a coordenação da elaboração e/ou atualização da Proposta Pedagógica da escola além da assistência na atuação do professor em sala de aula. Nenhuma escola conseguirá melhorar a qualidade do ensino sem planejamento coletivo e sem o acompanhamentode perto pelo gestor. Da mesma forma que também nenhuma escola avançará se os seus professores atuarem como ilhas, isolados, cada um trabalhando de um jeito. O trabalho em equipe é fundamental.

Um bom planejamento deve levar em conta o contexto social do momento, tanto numa visão global quanto local, além de indicadores de desempenho dos alunos e recursos materiais e humanos das escolas.




O grande desafio que se coloca em torno de um projeto de ensino e aprendizagem é “mudar a mentalidade de que fazer planejamento é preencher formulários (mais ou menos sofisticados)”. Antes de tudo, fazer planejamento é refletir sobre os desafios da realidade da escola e da sala de aula, perceber as necessidades, ressignificar o trabalho, buscar formas de enfrentamento e comprometer-se com a transformação da política. (Vasconcellos, 2006).

Nesse sentido apontamos dois pontos fundamentais:

         Avaliação e monitoramento – Além da avaliação dos alunos, como processo, e das avaliações externas, como resultado, a Proposta Pedagógica exige um processo contínuo e participativo de avaliação institucional. Nesse caso, destaca-se o papel da equipe gestora da escola que deve ser de incentivador e condutor dessa garantia de sucesso do aluno através da proposta pedagógica (forte componente para diagnosticar e replanejar as ações).

         Família e comunidade – São elementos determinantes no processo de aprendizagem dos alunos, a família e a comunidade que devem ser encorajadas a participar de momentos de integração, inclusive da construção da Proposta Pedagógica, por meio do Conselho Escolar.

É fundamental também que os gestores se esforcem para estabelecer um agradável clima escolar, ou seja, a boa convivência entre professores, alunos e outros profissionais da educação no interior da escola. Sem dúvida esse é fator importante para o sucesso da aprendizagem dos alunos. Esta é uma atividade de todos, mas na liderança dos gestores, configura-se num desafio permanente.

Uma outra questão que já expus nesse blog (click aqui e confira) é o fenômeno do FRACASSO ESCOLAR.  Para quem não sabe do que eu estou falando basta observar as discussões dos docentes na hora do intervalo na sala dos professores. A conversa inexoravelmente gira em torno de "fulano não quer nada!”, “ô meu deus tenho que ir para aquela sala?”, “ os alunos não deixam eu dar minha aula”. Esse é um problema seríssimo  pois desmotiva o professor e influi diretamente na qualidade do seu trabalho.

O primeiro passo para amenizar esse problema começa pela metodologia, ou seja, o método de lecionar é fundamental no processo de ensino-aprendizagem. Precisamos, enquanto professores, despertar nos alunos o hábito e o prazer de aprender, estimular competências e habilidades. A  troca de experiências e o diálogo entre os saberes já adquiridos devem ser uma realidade diária na sala de aula. O incentivo para que os alunos possam fazer e compartilhar suas descobertas/aprender a pensar, imaginar, criar e a viver.

“ E o que dizer, mas sobretudo que esperar de mim, se, como professor, não me acho tomado por este outro saber, o de que preciso estar aberto ao gosto de querer bem, às vezes, à coragem de querer bem aos educandos e à própria prática educativa de que participo.” (Paulo Freire)




“Só há duas opções nesta vida: se resignar ou se indignar.
E eu não vou me resignar nunca.”
(Darcy Ribeiro)


domingo, 5 de agosto de 2012

O BATMAN MORREU?


PRIMEIRO VAMOS RELEMBRAR A TRILOGIA:



Eu que praticamente fui alfabetizado pelas histórias em quadrinhos confesso que ainda estou deslumbrado com último filme da trilogia do Nolan. Tudo foi perfeito, poucas vezes presenciei aplausos em um cinema. Foi extraordinário como o Christopher Nolan encaixou o três filmes sem decepcionar os fãs dos quadrinhos. O longa-metragem fecha um ciclo iniciado em Batman Begins ao retomar uma linha narrativa do primeiro filme e tornando a trilogia uma grande jornada do herói.

Eu sempre gostei da forma como Nolan apresentou Batman num tom mais realista e sombrio, ou seja, humanidade e realismo é a base da história.

Desde o inicio da franquia quando o jovem Bruce Wayne cai em um poço e é atacado por morcegos, fica clara a intenção do diretor de que Batman é um mito, um símbolo: "Como homem, sou de carne e osso, posso ser ignorado e destruído. Mas como um símbolo... como um símbolo, posso ser incorruptível. Posso ser eterno.".



Batman Begins é melhor filme de origem de super-heróis. É com certeza, "O Cavaleiro das Trevas" é o melhor filme de super-heróis já feito.

Toda essa simbologia, a teatralidade, a ilusão que Bruce aplica ao Batman e depois do segundo filme, a Gotham, (quando diz que a Cidade precisa de um herói) se mostra fundamental para mobilizar a sociedade e restabelecer as relações sociais. 

Falando em relações sociais, no filme, a Lei Dent, que possibilitou ao Comissário Jim Gordon e a polícia de Gotham City acabarem com o crime organizado, ao permitir que seus chefes fossem presos sem julgamento, é baseada em uma mentira. Da mesma forma que na vida real a alienação do trabalhador, para que este não perceba a mais-valia é fundamental para a manutenção do Sistema Capitalista: “Por que tantas pessoas vivem com tão pouco, enquanto poucos indivíduos possuem muito?”

O fato meus amigos é que Gotham não é tão diferente da nossa cidade. Aliás, talvez a diferença seja que nós não temos um bilionário que “meta a mão na lama e se sacrifique por nós” ou um símbolo que nos inspire a romper as correntes que nos prendem. Mas não muda o fato de que precisamos de um ideal. Acho que estou afetado pelo CHE GUEVARA SÍMIO

Sim, mas vamos deixar a viagem na maionese de lado e voltemos ao filme. Como já frisei, o filme é muito bom, o vilão Bane tem todas as habilidades do Batman, só que mais forte e cruel. A luta dos dois é emocionante, o diretor retirou o som, (que é marcante em todos os 03 filmes com a trilha sonora de Hans Zimmer, é impressionante como as músicas de cada filme refletem o tema da história.) o que sobrou meu amigo, foi porrada pura! Batman finalmente encontra um adversário à altura - se não melhor -, que aproveitará sua já frágil condição para quebrar o corpo e a alma do Cavaleiro das Trevas. (Ai minha espinha!).

Anne Hathaway como Selina Kyle (mulher gato) tá perfeita, melhor intérprete da felina até aqui. Ela é uma gata, (com trocadilhos) a cena do bar é incrível, sem falar que ela se encaixa perfeitamente na Bat-Moto, e por falar em moto, que moto é aquela mano? Vai encabular quem masca fumo!


Joseph Gordon-Levitt como John Blake (o Robin) foi outro que se saiu muito bem. Durante todo o filme fica claro a relação entre mestre Jedi e Padawan estabelecida entre Bruce Wayne e o futuro (?) Robin, com a assessoria do experiente Jim Gordon, claro.

Michael Caine, o Alfred, se superou. A cena da demissão também é crua, sem som, sustentada apenas na interpretação dos personagens, o resultado é perfeito, e por falar em interpretação o Gary Oldman é um ator de mão cheia, o debate entre Gordon e Blake sobre a farsa da Lei Dent é de arrepiar.

O Nolan não poderia deixar de colocar a sua marca na cena pós-créditos, assim como ele fez em a Origem (o pião caiu ou não caiu?) também deixou a pergunta: O Batman morreu ou não morreu? O fato é que ele cumpriu a sua tarefa magistralmente: Tai a história se quiserem encerrá-la aqui podem, mas se quiserem continuar também podem. Só o tempo dirá o que vem por ai!


MAS TEM UMA VOZ TÃO LINDA!