domingo, 23 de agosto de 2015

É A VIDA QUE SEGUE: vivamos cada momento como se fosse o último.

Filmes não costumam mostrar exatamente a realidade, neles vemos histórias com início, meio e fim, porque é justamente isso que buscamos. O cinema tem o poder de criar histórias que se fecham de forma satisfatória, para nos deixar com aquela sensação de dever cumprido e, com alguma sorte, uma lição de moral também. No entanto, não é por esse caminho que segue Richard Curtis no filme Questão de Tempo.

Questão de Tempo tem aquela mensagem de 'carpe diem', que pode parecer um pouco clichê, mas que se encaixa perfeitamente aqui. É um tipo de filme que você se sente bem, feliz, quando acaba de assistir. E também te faz pensar na sua própria vida.

É um filme encantador. E um bônus por ter o casamento mais sensacional que eu já vi. A trilha sonora também é um ponto alto desse filme.

Como não curtir How Long Will I Love You de Jon Boden?


Ou The Cure - Friday I'm In love


Eu gostei muito desse filme, pois nos convida à reflexão sobre a forma de encararmos a vida. Será que realmente há necessidade de voltarmos no tempo para repararmos erros? Será que numa forma mais simples, agradecida e de boa vontade seria realmente necessários os arrependimentos e desejos de retornarmos no tempo? Será que ao observarmos o dia a dia, já não teríamos motivos suficientes para prosseguirmos? Penso que ao levantarmos e nos determinarmos "o dia feliz apesar de...." cuidando para que nossas atitudes sejam assertivas de primeira? Algo tipo: Que tal levarmos a vida mais leve? ou então "Minha vida não TEM nada de extraordinário, entretanto, sou extremamente feliz com a minha vida extraordinariamente simples. Para mim, a beleza desse filme está exatamente aí...

"Todos nós viajamos juntos pelo tempo
todos os dias das nossas vidas
Só podemos fazer o nosso melhor
para aproveitar este passeio surpreendente."

Viagem no tempo é um assunto complicado em qualquer contexto, seja ficção científica ou romance. Existem regras que não devem ser quebradas, paradigmas a serem evitados e infinitas possibilidades de destinos a serem considerados. No entanto, quando o que está em jogo é a vida de uma pessoa, sua felicidade, e não o destino do universo, a perspectiva muda muito.

Em Questão de Tempo conhecemos Tim (Domhnall Gleeson ... Famoso por interpretar Bill Weasley no filme de Harry Potter), um jovem que só quer encontrar o amor descobre que descende de uma família de viajantes no tempo. Seu pai (Bill Nighy) lhe ensina: entre num armário ("um lugar bem escuro também funciona") e pense no exato momento do tempo para o qual você quer voltar e estará lá.

É estabelecida, então, uma nova regra: não é possível ir para o futuro onde nunca antes se esteve. Chega a hora de testar o novo presente - e tudo dá muito certo. No entanto, como qualquer pessoa inexperiente, entre trancos e barrancos Tim descobre as maravilhas de se refazer um momento, por mais breve que seja; mas também que a dependência de se refazer o passado pode ser problemática.

Inicialmente, o longa parece mais uma bobinha comédia romântica. São apresentados valores familiares, uma intensa amizade entre pai e filho, o amor de cônjuge, o de irmãos e aquele entre amigos. É aí que dá-se início ao caminho de Tim entre as escolhas, ganhos e perdas da alteração do passado, escolhas difíceis entre amores diferentes, mas não menos intensos.

Já casado com Mary (Rachel McAdams) e pai de Posy, uma linda menininha; Kit Kat (Lydia Wilson), irmã de Tim, sofre um acidente de carro. Instintivamente, volta-se no tempo para evitar o desastre. Ao retornar para o presente, Tim se depara não com Posy, mas com uma criança completamente diferente. "A cada vez que você modificar alguma coisa no passado, terá um filho diferente", diz seu pai. A nova regra gera um grande conflito em Tim: salvo minha irmã e me acostumo com um filho diferente ou tenho Posy de volta e Kit Kat sofre o acidente?

Essa não é a última encruzilhada de Tim, que sofre e faz sofrer a cada decisão tomada. A pior de todas, porém, é ter de deixar seu pai e melhor amigo para trás. O roteiro de Richard Curtis emociona ao usar o tom sentimental sem ser meloso, tocando fundo em questões se não iguais, muito parecidas as do espectador. Mesmo com algumas escorregadas no ir e vir temporal, Questão de Tempo ensina uma preciosas lições de moral: viva cada momento como se fosse o último, aprecie as menores coisas da vida e não será necessário refazer nada.

FONTES:http://www.adorocinema.com/filmes/filme-201760/criticas-adorocinema/       
http://omelete.uol.com.br/filmes/criticas/questao-de-tempo/?key=83688)