quinta-feira, 13 de setembro de 2018

ELEIÇÕES 2018: POR QUE TANTO ÓDIO?


Antes de iniciar o tema deste post eu quero ressaltar as palavras de Mário Sergio Cortella quando nos relembra a diferença entre FALAR SOBRE e FALAR DE:
Eu como a grande maioria dos brasileiros que já sofreram  alguma forma de discriminação, podemos FALAR DE discriminação, mas um branco de classe média não pode. Ou seja, uma pessoa branca de classe média pode debater comigo SOBRE discriminação, mas apenas eu posso FALAR DE discriminação porque eu sofri na pele. 

Aliás, aqui já se falou muito disso:




Tem um filme que ilustra bem o que eu quero dizer: QUE HORAS ELA VOLTA? Um filme para se pensar a estratificação social no Brasil. Nele nós vemos uma realidade muito comum da nossa sociedade. 

Quem nunca viu uma patroa dizendo: A minha empregada é como se fosse da família. Mas se olharmos de perto não é bem assim. 

Vocês lembram do achincalhe que fizeram com a Senadora regina Sousa?

Click aqui para ler mais sobre o achincalhe:

http://cacimbaodahistoria.blogspot.com/2016/05/regina-sousa-de-quebradeira-de-coco-tia.html



Já imaginou se essa empregada “da família” resolve sair da condição de submissão e comunicar por exemplo: próximo final de semana não virei trabalhar porque tenho que viajar para Canindé. Ou se um dia ela resolve informar a patroa: Não posso mais dormir no emprego, pois tenho que cuidar da minha filha doente.

Me lembrei agora do filme Historia Cruzadas, em que uma empregada trabalhou a vida toda na casa de uma família abastada, praticamente criou os filhos dessa família, e quando estava velhinha foi demitida e morreu sozinha abandonada.





Na maioria dos casos ela deixará de ser “da família” e conseqüentemente perderá o emprego. Esse termo “da família” entenda-se submissa. E é isso que o filme trata, ele mostra que o lugar da empregada  na família dos patrões é menos de afeto e mais de submissão. 

Que aquela empregada doméstica que se considera como “praticamente da família” é sempre lembrada da posição subalterna que ocupa.


Eu também quero falar DO ódio ao PT, e quero começar relembrando meus anos iniciais quando o Partido não ganhava nada. Era mais candidaturas de protesto ao estilo PSOL e PSTU de hoje. 

Quando finalmente o PT chegou ao poder aqui no Piauí, percebi nos discursos dos opositores algo diferente do que se praticavam,  não era apenas oposição ao Partido e sim um ódio as pessoas que antes eram ralé e agora eram autoridades. Eu vi gente da elite xingar os petistas, ralé, que andavam de ônibus, fusca etc, e agora lançados ao status de autoridades, moravam em palácios, andavam de carro oficial e isso causava ojeriza na elite. 

Eu, muito jovem, não entendia aquilo pra mim era algo natural. Oxe! Se eu era bancário, professor, ralé e agora sou autoridade no Estado, nada mais natural que eu usufrua das prerrogativas do cargo. Mas aquilo causava nojo na "nobreza". Olhavam para aquela ralé andando de carro oficial pra cima e pra baixo com um ódio visceral. Era inaceitável!

Como afirmou Paulo Henrique Amorim: “,...A classe media não foi para as ruas por causa da corrupção, a classe media foi para as ruas por causa do ódio que devota ao PT, a classe media foi para ruas com medo de o filho da empregada tomar o lugar  (na universidade) e o emprego do filho da madame”.

Fui levado ao PT pelo meu professor  Merlong Solano , um grande mestre pra mim e que eu sempre tive orgulho de votar, atualmente concorre para deputado federal.

Confira aqui alguns post sobre o trabalho do professor Merlong:

http://cacimbaodahistoria.blogspot.com/2011/06/brasil-sem-miseria-por-merlong-solano.html

http://cacimbaodahistoria.blogspot.com/2011/12/complexo-de-vira-lata.html

Na história do Brasil, sempre que o salário mínimo e a renda média subiram, houve algum tipo de intento golpista. O problema da elite não é com a corrupção, no Brasil, a constatação de que a escravidão foi excessivamente longa já sinalizava que o arranjo da sociedade é deveras estamental. Políticas progressistas sempre encontraram fortes barreiras conservadoras.

O ódio disseminado na sociedade e nas mídias sociais, não é tanto ao PT, mas àquilo que o PT propiciou para as grandes maiorias marginalizadas e empobrecidas de nosso país: sua inclusão social e a recuperação de sua dignidade. Não são poucos os beneficiados dos projetos sociais que testemunharam: “sinto-me orgulhoso não porque posso comer melhor e viajar de avião, coisa que jamais poderia antes, mas porque agora recuperei minha dignidade”. Esse é o mais alto valor político e moral que um governo pode apresentar: não apenas garantir a vida do povo, mas faze-lo sentir-se digno, alguém participante da sociedade. Fonte: (https://mentirapolitica.wordpress.com/tag/leonardo-boff/)

Como afirmou Leonardo Boff: “Antecipo-me aos críticos e aos moralistas: mas o PT não se corrompeu? Veja o mensalão? Veja a Petrobrás? Não defendo corruptos. Reconheço, lamento e rejeito os malfeitos cometidos por um punhado de dirigentes. Devem ser julgados, condenados à prisão e até expulsos do PT. Traíram mais de um milhão de filiados e principalmente botaram a perder os ideais de ética e de transparência. Mas nas bases e nos municípios – posso testemunhá-lo em dezenas de assessorias – vive-se um outro modo de fazer política, com participação popular, mostrando que um sonho tão generoso não se deixar matar assim tão facilmente: o de um Brasil menos malvado, mais digno, justo pacífico. As classes dirigentes, por 500 anos, no dizer rude de Capistrano de Abreu, “castraram e recastraram, caparam e recaparam” o povo brasileiro. Há maior corrupção histórica do que esta?”. Fonte: (https://mentirapolitica.wordpress.com/tag/leonardo-boff/)

O Brasil vive um momento de luta contra a corrupção. Nunca se falou tanto nesta luta e nunca se viu tanta gente engajada, mesmo que uma pesquisa tenha revelado que sete em cada dez brasileiros admitam já ter cometido atitudes corruptas em situações cotidianas. O ato foi admitido por 67% dos entrevistados, enquanto 75% afirmaram que conhecem alguém que já cometeu essa atitude.

É inegável que a operação Lava Jato é a arma mais eficiente que temos no momento na luta contra a corrupção. Mas não podemos fechar os olhos para os abuso e os perigos que tal operação vem trazendo para a democracia brasileira.

Começaremos pelo mecanismo da delação premiada, que em sua maioria os acusados estão presos e são forçados a delatar. Vejamos uma frese perigosa do procurador da República Manoel Pastana. Segundo ele, falando sobre as prisões que forçavam os presos a delatarem, “passarinho pra cantar precisa estar preso”.

Como afirmou  Wagner Francesco: “Muitas críticas são feitas a esta prática visto que pressionar os acusados para que façam a delação é transformar o Direito Penal em responsabilidade objetiva. Prende-se o acusado para que, depois, este se defenda contando tudo o que a autoridade deveria descobrir por ela mesma. E por que por ela mesma? Pela simples razão de que, no Estado Democrático, o réu não precisa provar nada. Não há inversão do ônus da prova. Simples assim. Quem deve provar é a acusação. Tal função compete ao Ministério Público”. Fonte: (https://wagnerfrancesco.jusbrasil.com.br/artigos/355650824/uma-analise-juridica-sobre-a-operacao-lava-jato)

No entanto, o maior problema das delações premiadas na Lava Jato certamente é a sua publicidade. O artigo 7º da Lei 12.850 diz que “o acordo de colaboração premiada deixa de ser sigiloso assim que recebida a denúncia”. Isto é, que alguém vai fazer delação premiada e o seu conteúdo só pode torna-se público quando todas as coisas que foram informadas são investigadas, comprovadas e a denúncia é aceita pelo juiz.

O que acontece na Lava-Jato? A mídia divulga antes, ou tão logo a delação é feita, que fulano fará a delação e, em muitos casos, ainda divulga o conteúdo da delação. Um flagrante absurdo jurídico.

O poder judiciário tem que ser imparcial. E além de imparcial, tem que ser rigoroso na defesa da Lei, pois não se derruba a corrupção corrompendo o ordenamento jurídico com prisões ilegais e delações irregulares.

Já falamos sobre isso aqui

http://cacimbaodahistoria.blogspot.com/2018/04/o-poder-lei-e-politica.html

Um outro grande problema é o ativismo judicial que além de caracterizar o magistrado como um protagonista da atividade política, faz com que este perca sua imparcialidade, pois o juiz competente ao concretizar politicamente sua visão, em especial sua ideologia, afeta e reflete, conseqüentemente, suas decisões .

Juntemos tudo isso com a politização da Mídia.  É crucial levantar o debate sobre a opinião pública, pois é dele que decorre as condenações prévias da sociedade e as cobranças sociais sob os juízes. Deste modo, a opinião pública, é realizada por meios de veículos de comunicação privados, e tem sua ideologia própria de mercado, desde modo diz Martino: “Se a opinião pública é formada por elementos externos a ela, a mídia, então essa opinião não é ‘pública’, mas é o discurso produzido por um grupo e lançado sobre um público”. Fonte: (http://www.cidp.pt/publicacoes/revistas/rjlb/2017/6/2017_06_1631_1658.pdf)

Vale ressaltar o fato em que membros de acusação e do judiciário se utilizam da grande mídia para tentar ter apoio social, precisam em primeiro lugar por óbvio, ter o apoio da mídia e, a mídia para divulgar essas acusações precisam ter um retorno econômico, que seja lucrando para veicular essas informações com maior venda de jornais revistas, aumentando a comoção social para melhor vender seus espaços publicitários, ou seja no plano de um interesse ideológico político, que atenda os anseios dos grupos que a patrocinam.

Desta feita, é caracterizado o juízo de exceção quando funcionários públicos, membros da Policia Federal, Ministério Público, Poder Judiciário, se utilizam do processo, para politizar e manobrar a opinião pública, em favor de sua investigação, ainda sem provas concretas, em conluio com a mídia e com interesses políticos, já condenam previamente os acusados, e deixam que o processo seja apenas uma teatralidade, sendo que esses órgãos públicos, já almejam um resultado final para o processo, qual seja a condenação do acusado.
Tudo isso pode ser visto no filme Marketin da Lava Jato e na serie também

Foi ato político, por exemplo, a decisão do juiz Sérgio Moro de derrubar o sigilo e divulgar, às vésperas do impeachment, a conversa entre a ex-presidente Dilma Rousseff e Lula.

Então meus amigos, não se enganem, em ano de eleição, a prisão de uma das maiores lideranças populares do mundo resultante de um processo sem provas e com um tipo de tramitação inédita evidencia um novo modelo de estado de exceção que reinventou sua forma de calar vozes divergentes.

Para além das paixões e narrativas partidárias, o fato é o processo que começou com uma matéria de jornal e avançou, sem provas, com base em depoimentos, delações e “convicções” e resultou na prisão do líder em pesquisas de intenção de voto em pleno ano eleitoral evidencia que o encarceramento de Lula não deve ser tratado ou entendido como mais uma prisão comum de um político.

“Lula, basicamente, foi condenado para não ser candidato. Porque ele tem popularidade. Então, em uma situação dessas não dá para achar que juridicamente é isso ou aquilo. É política. É uma questão política e ponto”. (Ivan Seixas; https://www.revistaforum.com.br/nao-ha-relativismos-lula-e-um-preso-politico/)

Os fins não justificam os meios. A história nos mostra que isso nunca deu certo.

Encerro com Toda a sabedoria de Seydou Koné (Alpha Blondy ) agora em linguagem clara:




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