quarta-feira, 15 de junho de 2011

APRENDENDO A ENSINAR

                  Esse livro é um conjunto de cinco artigos que discutem as dificuldades vividas pelos professores, mostrando-os como protagonistas do seu desenvolvimento profissional. Nesses artigos podemos compreender melhor o trabalho do educador, discutir a formação docente e observar algumas experiências bem sucedidas em sala de aula, além do uso de novos recursos didáticos que podem ser úteis na rotina escolar. 

 Maria Regina Guarnieri, organizadora do livro, afirma que é no exercício da profissão que se consolida o processo de formação docente. 
Porém, devemos lembrar que para nos tornarmos um bom profissional da educação, temos que trazer para o exercício da profissão certa “bagagem” teórico-metodológica, além de ter passado por um bom estágio.
É fato que a velha dicotomia teoria X prática ainda impera na formação docente no Brasil. A organizadora do livro tem razão quando afirma que “o processo de aprender a ensinar se dar a partir do exercício da profissão”, porque a deficiência nas  disciplinas de métodos e técnicas de ensino nas licenciaturas é muito grande, tanto a coordenação destas, quanto os estudantes, dão prioridade as matérias específicas do seu curso em detrimento das cadeiras didático-pedagógicas.
Um aspecto importante do primeiro capítulo do livro é a afirmação da autora sobre a mudança sofrida pelo professor iniciante. Segundo ela, devido à conjuntura da escola esse jovem profissional acaba se engessando, seguindo os professores mais antigos e no final ele acaba se adaptando a cultura da escola.
Um agravante é que no Brasil o professor não recebe uma formação que lhe prepare para assumir uma postura crítica e inovadora em sala de aula, segundo ela, a baixa auto-estima dos professores se inicia logo na graduação e quando estes chegam à escola recebem apenas o “tiro de misericórdia”. Claro que há exceções, o professor recebe várias influências ao longo de sua carreira, desde a educação básica, passando pela sua formação, experiência profissional, etc. O educador está sempre  num processo contínuo de formação.
No segundo artigo do livro a autora relembra que o professor é um ser social e aponta a influência que este recebe da sociedade o que termina incrustando o modelo tradicional no cotidiano do trabalho docente. Ressaltamos que a docência na maioria das vezes acaba em rotina, onde os saberes dos professores cristalizam-se, ficam repetitivos o que termina levando a um trabalho alienado.
A formação do professor é um processo complexo que incorpora as influências que ele recebe ao longo da vida, na escola, na universidade. Antes de ser professor nós também já fomos alunos, filhos.
Um trecho que merece destaque é a comparação que a autora faz das professoras personagens dos filmes “A vida é bela” e Central do Brasil!”, coincidentemente chamadas Doras, segundo a autora, elas  representam duas professoras marcadas “ pelos males de seus tempos e espaços históricos” .

Precisamos ressaltar a importância da reflexão no exercício da docência. Ser professor, assim como ser aluno, implica numa relação de cumplicidade onde ambos buscam o conhecimento. O pensamento reflexivo configura-se num fim educacional do “ensinar a pensar”, tornando os professores capazes de refletir de forma crítica sobre a própria prática. Mas não podemos esquecer que isso só ocorre quando há uma formação de qualidade adicionada a valorização da profissão por parte do Estado, para que o futuro docente seja preparado para ser um verdadeiro educador, e não tenha vergonha der ser chamado de professor.
Dentre as ações que melhorariam significativamente tal realidade a autora destaca: formação inicial e continuada, condições de trabalho, salário entre outras.
Os capítulos finais do livro abordam experiências inovadoras utilizadas em sala de aula, como o uso de dramatizações e recursos audiovisuais que apresentam resultados animadores. È inegável que a dramatização desenvolve a criatividade e a espontaneidade dos professores e conseqüentemente dos alunos.
Ressaltamos que o simples uso de recursos tecnológicos, como o vídeo e o computador, por si só, não tem o poder de melhorar a qualidade da educação. Devemos está capacitados, visto que, a função básica das tecnologias da informação e comunicação não é substituir a aula ou o professor, apenas auxiliar-lo.
O livro “Aprendendo a Ensinar”, é o resultado de várias pesquisas sobre “ o caminho nada suave da docência”.





2 comentários: