domingo, 28 de abril de 2013

RAUL - O INICIO , O FIM E O MEIO

Resolvi rever o documentário RAUL - O INICIO , O FIM E O MEIO, afinal é Rock e o filme é muito bom, cada vez que assisto eu gosto mais, aliás filme é comigo mesmo (aqui) (aqui) (aqui) (aqui). Ao longo do documentário são apresentadas várias entrevistas, desde os amigos de adolescência de Raul até o dentista que consertou-lhe os dentes no fim da vida.


 

Uma parte que me chamou a atenção foi o registro de até mesmo quem prefere não se pronunciar, como a primeira esposa, Edith, que tem sua recusa registrada na tela.


Gostei da critica do Hessel, quando diz que talvez a declaração mais importante venha da pessoa que mais mede as suas palavras, Paulo Coelho. O escritor, parceiro de composição de Raul na fase mística, nos anos 1970, diz que "Raul é mito" e seria, portanto, impossível biografá-lo, porque "não se conta a história de mitos".





Não deixa de ser uma postura cômoda - Coelho foge de assertivas e é, dentre todos os entrevistados, quem mais teria a perder com revisionismos - mas o fato é que o escritor tem certa razão. À parte o clichê da metamorfose ambulante, Raul Seixas, como ícone, se define pela imagem que fazem dele.


Ao que sabemos, Raul se interessava por filosofia (principalmente metafísica e ontologia), psicologia, história, literatura e latim e algumas crenças dessas correntes foram muito aproveitadas em sua obra, tornando-o um símbolo do rock do país e um dos artistas mais cultuados e queridos entre os fãs nos últimos quarenta anos.

Raul foi o artista mais acessível da nossa linhagem de antropofagistas (ele dizia não roubar, mas "desapropriar" o estilo e as músicas de Elvis, Bob Dylan, Luiz Gonzaga), e a admiração de Caetano Veloso, visível no filme, é uma prova disso. Que a imagem do homem desapegado - que amou muitas mulheres e alavancou as carreiras de seus parceiros - tenha também algo de trágico só intensifica o mito.


 O documentário deixa em aberto a atuação de Marcelo Nova na vida de Raul, herói ou vilão? Eu particularmente, prefiro o depoimento do próprio Marcelo que diz: "eu não um santo, mas também não sou o monstro que querem pintar, se não fosse por mim Raul teria morrido no ostracismo e não nos palcos". Diz isso se referindo ao ano de 1989, em que Raul fez uma turnê com Marcelo Nova, totalizando 50 apresentações pelo Brasil.



 
Durante os shows, Raul mostrava-se debilitado. Tanto que só participava de metade do show, a primeira metade era feita somente por Marcelo Nova.



Esse documentário sobre um dos precursores do Rock nacional nos traz a oportunidade de recordar, trazendo para as novas gerações as atitudes, a ironia e a irreverência de um gênio da música, que nos deixou em 1989, com 44 anos. Avesso as convenções, sua música flui de forma marcante e moderna até nossos dias.













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