quarta-feira, 7 de maio de 2014

“PORQUE ONDE ESTÁ O TEU TESOURO, AÍ ESTARÁ TAMBÉM O TEU CORAÇÃO”

Ultimamente tenho conversado muito com pessoas que embarcaram nesta aventura e parece haver um consenso, pelo menos por parte daqueles que já passaram pela experiência, de que a chegada de um filho trata-se de uma mudança de status radical na vida do casal. Eles dão um salto para uma nova etapa do seu desenvolvimento e avançam uma geração. É ai que você aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.

Diante da atual conjuntura familiar a opção por um filho nem sempre é tranquila. Ainda existe o preconceito de que uma criança necessariamente precise de um lar tradicional. Lembrei do meu pai, o seu Ademar, que ainda hoje vive no campo e não se encanta pelas “facilidades” da cidade. Se quiser ver o véi zangado fale mal do interior perto dele. Assim como meu avô, pai do meu pai, que nasceu, se criou e morreu no campo.

Penso que um filho é um milagre, é algo como a continuação de uma união verdadeira e que quando se é abençoado com tal dádiva, inaugura-se um nova família. Homem e mulher têm novos papéis a desempenhar e novas responsabilidades a assumir como pai e mãe. Deixam de ser cuidados pela geração mais velha, para serem cuidadores de uma geração mais jovem. Geração essa muito diferente da minha, pois durante minha adolescência, nos anos oitenta, como não havia Facebook, Twitter ou PS3, eu passei por essa década lendo histórias em quadrinhos de super-heróis. As revistas não só incentivavam a minha leitura, mas também alimentavam minha imaginação.

No entanto, não é somente a vida do casal que passa por transformações. Toda a família de origem também acompanha este processo. Há uma grande movimentação no campo emocional e todos mudam de status.

Neste meio tempo, surge a necessidade do casal se organizar para encarar as demandas da nova etapa.

Ouvimos normalmente as pessoas falarem sobre chá de bebê, quarto, berço e tantas outras providências práticas. No entanto, raramente ouvimos sobre as tarefas familiares que o casal tem a cumprir para ultrapassar esta etapa com sucesso e que são fundamentais para estruturar as bases do relacionamento da nova família, permitindo um desenvolvimento sadio aos seus membros. Lembrei daquelas lições deixadas por um pai : Sempre olhe para o lado bom! O copo está meio cheio, nunca meio vazio. Toda adversidade tem um lado bom, se você procurar.

Mas o fato é que não existe um manual que ensine como ser pai e como ser mãe, o que não pode é ser BABACA.
Cada um dos pais viverá, ao seu tempo e ao seu modo, a oportunidade ímpar de desenvolver este aprendizado através da construção da relação com o próprio filho. Deverão aprender a colocar limites e a exercer a autoridade necessária. O casal deverá tomar cuidado para não criticar um ao outro, ou mesmo influenciar na construção da relação que, no caso de pai e filho e mãe e filho, é tão somente a dois.
O casal deverá abrir espaço e tempo para intimidade entre as relações dois a dois: pai/filho, mãe/filho, homem/mulher, e também para o grupo pai, mãe e filho como família.

Cada um dos membros aprenderá sobre esta noção de fronteiras das relações e aprenderá a respeitar seus limites. É como se fosse uma dança que flui, individual, a dois, a três, e até em ciranda de grupo, quando estão com as famílias de origem.
Tanto o homem (pai) quanto a mulher (mãe) trazem de suas famílias de origem um modelo de educação que envolve hábitos, comportamentos, atitudes, cultura, etc. Tal bagagem pode ser boa ou ruim .... Eu sei muito bem como o ser humano pode ser cruel sem nem notar-se da maldade cometida.

Podemos dizer que este modelo que cada um traz consigo forma uma bagagem de vida, que a todo e qualquer momento deve ser revista conjuntamente, pois são muito diferentes uma da outra. 

Quando os dois conseguem perceber e aproveitar o que há de melhor em cada uma das duas bagagens para formarem uma terceira, passam a não ter mais necessidade de disputar sobre qual é aquela que educa melhor, se a do homem (pai) ou a da mulher (mãe).


E aí sim, os dois estarão construindo o modelo da sua nova família, para através da sua cumplicidade, dar o melhor e mais precioso presente para seu filho: uma referência única para que ele se sinta seguro e siga o caminho do seu desenvolvimento de maneira saudável.

Cabe aos avós passarem para uma posição secundária, de maneira a permitir que seus filhos, agora pais, exercitem a principal autoridade paterna e materna, ou seja, respeitar as fronteiras do casal, na qualidade de pais, e da nova família.

Portanto, é fundamental que o casal se organize e se adapte às novas circunstâncias desta etapa, para atingir o equilíbrio necessário ao desenvolvimento saudável da nova família. Se surgirem dificuldades, há que se buscar a orientação e os serviços de um profissional especializado.


Um filho, seja ele, bebê, criança ou adolescente, precisa de uma relação próxima e amorosa com seus pais e de limites firmes e bem colocados.     

A família é a única instituição que, durante todo o processo histórico, desde que criada, nunca desapareceu.

Entretanto, a estrutura da família mudou muito nas últimas décadas. Além disso, a maneira de se ter, cuidar e educar filhos também variaram.


Criança necessita de mimos e proteção, mas ser excessivamente mimada e superprotegida constitui um risco para o desenvolvimento, pois levará a uma estruturação frágil da personalidade.

O site UOL Apresenta cinco situações difíceis enfrentadas no dia a dia:










1ª) Pais precisam ser figuras valorizadas, até idealizadas pelo filho. Assim sendo, precisam ser pessoas completas, não apenas mamãe e papai.

2ª) É necessário que o filho seja ensinado a se colocar na família como o terceiro,  Ele precisa saber que, antes de serem seus pais, eles são marido e mulher. É um aprendizado importante para o presente e para o futuro.

3º) Exigência constante do filho, que quer ser atendido, de maneira imediata, em suas necessidades e desejos. Criança precisa aprender a lidar com frustração, a tolerar espera e a adiar satisfação de desejos. Precisa aprender a considerar os desejos e as necessidades alheias, para que possa fazer trocas afetivas com as outras pessoas.
 
4º) Convivência demasiada com adultos. Criança precisa do convívio de crianças. A indicação mais precoce da pré-escola, pode dar à criança um ambiente adequado, para que ela aprenda a dividir a atenção do adulto com outras crianças, a brincar junto, a partilhar seus brinquedos, a se impor e a ceder.

5ª) Filho se torna superprotegido pelos pais, pois todas as atenções estão voltadas exclusivamente para ele. Ele esquece um casaco, os pais levam; ele esquece um caderno, os pais levam; ele esquece a lancheira, os pais levam. Depois, os pais acham que ele é esquecido, desorganizado, etc. Faz-se necessário, às vezes, no seu esquecimento, que os pais deixem o filho arcar com as consequências da distração. Assim, ele começará a lembrar mais de suas coisas e de suas responsabilidades. Pais não são serviçais do filho.

Pois bem, pais que assumem a condição de ter um filho enfrentam situações de vida, de criação complexas, mas é natural que o filho tenha uma formação sadia, basta, apenas, alguns cuidados.

Além do mais ter filhos é uma das maiores mudanças da existência. Arranca a tranquilidade, tira a liberdade e promove as maiores alegrias que alguém pode viver. E é essa experiência irreversível que constrói o mundo que vamos deixar para o futuro.


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