quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

COMPLEXO DE VIRA-LATA

Essa semana recebi este artigo do Professor Merlong Solano (confira aqui) sobre a reportagem da Revista Veja. Após encaminhá-lo para vários amigos, o retorno foi considerável, alguns concordando com a matéria outros discordando, por isso resolvi postar o artigo na integra:


COMPLEXO DE VIRA-LATA

“Por "complexo de vira-latas" entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca,voluntariamente, em face do resto do mundo.” Nelson Rodrigues.

A revista Veja publicou o que denomina o primeiro Ranking dos Estados Brasileiros. Trata-se de estudo do grupo inglês Economist, que Veja publicou sem se dar ao trabalho de verificar a metodologia empregada, nem a consistência das conclusões e muito menos de questionar a oportunidade de alguns dos critérios de análise adotados. É, como dizia o magistral Nelson Rodrigues, manifestação pura do complexo de vira-lata: se o “estudo” veio da Europa estão está certo; não há mesmo o que  questionar.

Ocorre que o Brasil de hoje vai muito longe do Brasil dos anos 50, quando Nelson cunhou a expressão. Aliás, esta semana mesmo o mundo reconhece o fato de que a economia brasileira superou a do Reino Unido e agora ocupa o sexto lugar no ranking  mundial, em temos de PIB. O Piauí também já não é o mesmo dos anos 50 nem de poucos anos atrás. Já há por aqui massa cinzenta suficiente para avaliar o que é pesquisa, diferenciado daquilo que é pura matéria jornalística encomenda para tentar empanar o Brilho do Brasil, que de uns anos para cá teima em não se dobrar às “verdades” vindas dos EUA e da Europa.

A tal “pesquisa”, encomendada por um desconhecido Centro de Liderança Pública, não resiste à análise de um bolsista de iniciação científica, de olhar um pouco mais arguto. A metodologia tem a consistência de uma maionese: “relatórios jurídicos, publicações acadêmicas e governamentais, sites de autoridades, entrevistas a especialistas e consulta aos principais meios de comunicação.”(Veja, 28/12/2011; pag 202). Com base nesta “metodologia” o estudo chegou a algumas conclusões que contrariam a lógica e o conhecimento de que sabe onde fica o Nordeste do Brasil e o que está acontecendo nesta região nos últimos tempos.

No quesito infra-estrutura, numa escala de 0 a 100, o Brasil ficou com média 22,7  enquanto ao Ceará foi atribuída nota zero. O fato deste Estado ter um aeroporto internacional muito bom e um porto que opera navios de grande calado não deve ter sido considerado. Há ainda os casos do Piauí, Bahia e Pernambuco que receberam a mesma nota: 12,5. Mais uma vez o fato de BA e PE terem aeroportos internacionais excelentes, rodovias duplicadas e portos de grande calado parece não ter alterado nada em relação ao Piauí que dispõe destes itens.

Quanto ao regime tributário e regulatório o Brasil recebeu nota 24,1; enquanto Alagoas aparece com o melhor desempenho manifesto na nota 50, ficando São Paulo com apenas 25. Já o Piauí aparece com nota zero junto  com outros Estados. Onde está a consistência disto? Todos sabemos que o sistema tributário brasileiro é complexo, que complica e encarece  a vida das empresas; mas sabemos também que a despeito de variações de Estado para Estado o problema é nacional, pois a legislação que o regula é basicamente federal. Mesmo em relação ao ICMS, onde os Estados têm um pouco mais de autonomia, as alterações dependem de complexas negociações no âmbito do CONFAZ.
  
O quesito ambiente econômico, segundo a Veja, levou em conta os indicadores: tamanho e crescimento do mercado, renda média e desigualdade de renda. Aí o Piauí aparece em penúltimo lugar à frente apenas de Roraima.  Como isto é possível, se o PIB do Piauí é bem maior do que o PIB de Roraima, do Acre, Amapá e Tocantins? Além disto a economia do Piauí vem crescendo acima da média nacional nos últimos anos. Dos indicadores citados, o Piauí perde para os Estados referidos apenas na renda per capita. O indicador desigualdade social, como sabemos, é um problema nacional.

Querer montar um ranking dos Estados brasileiros em relação a políticas de atração de investimentos estrangeiros, sem levar em conta as disparidades regionais acumuladas historicamente, é o mesmo que tentar submeter os Estados Unidos e esfomeadas nações africanas à mesma escala de desenvolvimento aeroespacial. Os Estados do sudeste e do sul são confrontados com demandas de investidores estrangeiros, em larga escala, desde o século XIX. Enquanto se faziam centro dinâmico da economia brasileira foram incorporando os demais Estados como mercados periféricos, contando para isto com o apoio das políticas tributárias, industriais, cambiais e de crédito do governo central.

Concluir que os Estados do Sudeste, do Sul e o Distrito Federal apresentam o melhor ambiente negócios no Brasil equivale a dizer que sem a luz e o calor do sol a vida seria extinta na terra; isto está até em música de micarina. De um lugar comum a outro o referido “estudo” deixa de lado constatações de organismos brasileiros de pesquisa. Os dados do IBGE, por exemplo, demonstram que a despeito de forte persistência de concentração econômica no sudeste, desde 2002 o Centro Oeste, o Nordeste e o Norte vêm crescendo mais do que o sudeste e o sul. Mostram também que o Piauí vem se destacando neste processo de desconcentração econômica.

Diz o “estudo” que o Piauí apresenta o pior ambiente econômico do Brasil. Então como explicar o fato de que a economia do Estado vem crescendo acima da média nacional desde 2003?  Os dados do IBGE são claros e têm credibilidade internacional.

Produto Interno Bruto – Taxa de crescimento anual (%)
Ano
Piauí
Brasil
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
1,7
5,4
6,3
4,5
6,1
2,0
8,8
6,2
2,7
1,1
5,7
3,2
4,0
6,1
5,2
-0,3

Como resultado desta dinâmica econômica acentuada, o Piauí vem ampliando sua participação no PIB nacional, embora de modo ainda lento, saindo de 0,5% em 2002 para 0,6% do PIB nacional em 2009.  Isto é especialmente positivo por ocorrer num período em que a economia brasileira está crescendo e não estagnada. É salutar também  verificar que a renda per capita do Piauí, que era equivalente a 30,4% da renda per capita do Brasil em 2002, reduziu a distância em relação à do Brasil e em 2009 chegou a 35,7% da renda per capita nacional.

Retornando a Nelson Rodrigues, o complexo de vira-lata tem raízes históricas; foi estimulado por segmentos de elite que viam no Brasil não uma nação, uma pátria, mas apenas um negócio, um meio de enriquecer para poder gozar os prazeres da civilização na Europa. Sem meios para resistir, a população foi aceitando e aí se consolidou a idéia de que o bom é o que vem de fora. Mas hoje o quadro está bem diferente: o Brasil é um País que cresce, que tem coragem de enfrentar seus problemas usando políticas próprias, sem recorrer por exemplo às fórmulas do FMI. Então, vamos aproveitar o clima de final de ano e brindar o fim do complexo de vira lata jogando a “pesquisa” de Veja na lata do lixo.

Merlong Solano Nogueira
Professor da UFPI, Deputado Estadual - PT




sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

ENTÃO É NATAL E O QUE VOCÊ FEZ?

Mais um ano termina e bate uma tristeza! 
Sinto-me frustrado com aquela sensação de fracasso por não ter atingido as metas que planejei no inicio do ano.






Um ano de muita luta e termino cansado!








Nas festas de fim de ano me sinto em uma Matrix.









Desculpem a amargura!









Temo que o próximo ano seja ainda pior.





Paradoxalmente, desejo a todos um feliz natal.


segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O QUE É ISSO CONSCIÊNCIA!!!!!!

Hoje celebramos o Dia da Consciência Negra. Um dia dedicado à reflexão sobre a presença do negro na sociedade brasileira.

Diante das polêmicas inerentes a questão, o que podemos afirmar é que o preconceito contra aqueles que são de cor negra existe sim! É fato. 

A questão é saber se as cotas, leis, decretos etc, são a melhor forma de combater tal prática.
Hoje, a lei brasileira obriga as escolas a ensinarem temas relativos à história dos povos africanos em seu currículo. Além disso, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) estabelecem que a diversidade cultural do país deve ser trabalhada no âmbito escolar:

"A sociedade em que vivemos valoriza outro estereótipo, o que resulta na invisibilização do negro. Isso tem um efeito bastante perverso: as crianças negras nunca se vêm e o que elas olham é sempre diferente delas",

Precisamos discutir tal questão com nossos alunos, não podemos fingir que não existe preconceito em nosso país.
Tenho um post que ilustra muito bem essa questão (A FORÇA ESTÁ SEMPRE COM VOCÊ)
Por falar em invisibilização do negro, lembrei de um livro que li tempos atrás (História da Educação do Negro e outras histórias), Neste livro, Benilda R. B. Brito conta a seguinte história, acontecida numa escola da rede pública de Belo Horizonte, em 1997:

Professora planejando as atividades da Semana Santa pergunta aos alunos:

Vamos fazer um teatro sobre a paixão de Jesus Cristo. Para tal, precisaremos de um aluno que se disponha a fazer o papel de Jesus. Quem topa? A.A.B., criança negra, extrovertida, responde: Eu topo. Silêncio absoluto. Ninguém diz nada, nem as outras crianças brancas, nem a professora. Após cinco segundos é o A. quem quebra o silêncio: Pode deixar, não quero ser mais não!! A professora contou o episódio para a vice-diretora pedindo que não comentasse o ocorrido com os pais do aluno, pois a mesma afirmara ter ficado desarmada, sem saber o que falar.

È inegável que tais práticas pedagógicas continuarão punindo as crianças negras que o sistema de ensino não conseguiu ainda excluir, essa reclusão ritualizada em procedimentos escolares de efeito impeditivo, cujo resultado é o silenciamento da criança negra em curto prazo, e do cidadão para o resto da vida.

No livro Superando o Racismo na Escola, Kabengele Munanga afirma que na literatura e nos livros didáticos geralmente os personagens negros aparecem vinculados à escravidão. As abordagens naturalizam o sofrimento e reforçam a associação com a dor. Cristalizar a imagem do estado de escravo torna-se uma das formas mais eficazes de violência simbólica. Reproduzi-la intensamente marca, numa única referência, toda a população negra, naturalizando-se, assim, uma inferiorização datada. Tal modelo repetido marca a população como perdedora e atrapalha uma ampliação dos papéis sociais pela proximidade com essa caracterização, que embrulha noções de atraso.

Vou apresentar aqui alguns exemplos analisados por Kabengele Munanga:
 PAI JOÃO MENINO. Texto de Wilson W. Rodrigues. As ilustrações não estão assinadas nesse exemplar de terceira edição. Arca Editora, RJ, 1949. A imagem filha do ícone pai João, a representação da triste e passiva escravidão.
EM BUSCA DA LIBERDADE. Texto de Sonia de Almeida Demarquet, Ed.Vigília, BH, 1988. As ilustrações são de Paula Regis Junqueira. O menino negro, frágil de frente, contrasta coma imagem branca da figura de fundo, vestida com botas, associada à idéia de poder que a arma reforça.
Trabalha a versão de um conto popular dos chamados contos de riso.Todo educador sabe que um dos principais ataques à criança negra é o apelido de macaca, o que já detonou inúmeros processos de brigas que, repetidas, terminam em expulsão do ambiente escolar e marginalizações dos ambientes institucionais, de uma forma geral. No que um livro como este contribui para um comportamento anti-racismo? Faltou sensibilidade na publicação, onde pode-se facilmente associar a figura negra boba ao lado das bananas de... E isso é uma boa brincadeira!
XIXI NA CAMA – Texto de Drumond Amorim e ilustrações de Helder Augusto Waldolato, Belo Horizonte,Ed. Comunicação, 1979. A humilhação, no martírio do menino negro, é um dos casos mais violentos como construção simbólica apresentada para as crianças.

Estas são apenas algumas das várias obras analisadas pelo autor que abordam a questão da escravidão de uma forma equivocada. Geralmente, a queixa de crianças negras se sentirem constrangidas frente ao espelho de uma degradação histórica nos alerta que o mesmo mecanismo ensina para a não negra uma superioridade.

Lembro de um curta muito interessante, O Xadrez das Cores. Ao ver o filme é impossível manter-se distante da tensão das personagens. As personagens do filme apresentam-se como forças contrárias: rico e pobre, o branco, o negro, a patroa, a empregada. Apesar da relação contrária existente, ambas possuem em comum a força, a determinação. Estela (a patroa branca) insiste em oprimir, Cida (a empregada negra) que aceita por causa da necessidade da situação, mas utiliza-se do tabuleiro do xadrez para conhecer sua oponente. Não se satisfaz com suas derrotas. Apesar de ver suas peças negras sendo jogadas no lixo prazerosamente por sua patroa, estuda a adversária, busca um conhecimento que não tem.



Uma das mais belas lições do filme é a negação do conformismo, da busca pelo conhecimento para a transformação dos fatos. É esse desejo que a escola tem que despertar. 

Não poderíamos deixar de relembrar também o filme (UMA CRUZADA CONTRA O PRECONCEITO)

Anos atrás participei de um curso de Formação em História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na Escola (confira aqui) onde um dos autores da capacitação afirmava que apesar da força dos nossos poetas cantores, dos nossos artistas, da presença negra no futebol, na literatura e de temos também o maior geógrafo do mundo, a invisibilidade da população negra continua, hoje menos, mas continua. 

Não a invisibilidade no sentido real da palavra, mas aquela pusilânime e cínica que só os faz visíveis em datas e situações oportunas. Algumas aras negras começam a aparecer em peças publicitárias e outdoors dos grandes centros urbanos como Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Belo Horizonte. 

Alguns jornais noticiam que já existe uma classe média negra com renda até R$ 3.000,00. As cotas, já são uma realidade em diversas universidades públicas e o embranquecimento, tão caro a negros e brancos, parece não passar de falácia, já que, segundo o IBGE, no Brasil 88% dos casamentos se dão entre pessoas da mesma raça, ou seja, branco casa com branca, negro casa com negra e pardo casa com parda. Apenas 12% da população brasileira pratica as uniões interétnicas. (RIBEIRO, 2008. P. 93)

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

PIAUÍ: AQUI NASCI, ME CRIEI, CAÍ, LEVANTEI E SANGREI

Foto: Juscelino Reis - http://photosetrilhas.blogspot.com/ 
Hoje comemoramos o dia do Piauí (poderia ser 24 de janeiro ou 13 de março). (sobre o 13 de março já falei aqui) 

Considero salutar retirarmos um tempinho para refletirmos um pouco sobre este Estado pacato, complexado, pobre(?) e belo, haja vistas que estamos em meio a discussão sobre sua divisão.(já me posicionei sobre o assunto aqui) 

Foto:  http://photosetrilhas.blogspot.com/ 
Quando falei em complexado é porque somos bairristas, fale mal de nós pra você vê! (Marauê Carneiro,
Paulo Zotollo, Mr. Manson que o diga).

Pra não perder o costume vamos a um tiquim de História:

Os portugueses chegaram ao Brasil no último ano do século XV, (1500), no século XVI eles chegaram ao litoral do Nordeste e no século XVII eles se espalharam pelo sertão nordestino criando gado.

http://photosetrilhas.blogspot.com/ 
Como as fazendas eram muito grandes, as casas ficavam distantes uma das outras, dificultando o contato entre os moradores. As pessoas se reuniam principalmente durante os acontecimentos religiosos, como missas, novenas, casamentos e batizados. Dessa forma, as capelas se tornaram local de encontro, reunindo os habitantes para as festividades, o divertimento e o comércio.

http://photosetrilhas.blogspot.com/ 
A primeira capela do Piauí foi a de Nossa Senhora da Vitória, (1696) construída nas terras da fazenda Cabrobó, de Domingos Afonso Mafrense. Em torno dela a população cresceu, dando origem à Vila da Mocha.



http://photosetrilhas.blogspot.com/ 
Pouco depois da criação da Vila da Mocha, no início do século XVIII, o Piauí se tornou capitania (1718). Mas o primeiro governador, o português João Pereira Caldas, só chegou 40 anos depois, ou seja, a instalação da Capitania de São José do Piauí só se deu em 20 de setembro de 1759. 


http://photosetrilhas.blogspot.com/ 
Com a chegada do primeiro governador, a Vila da mocha passou a cidade, com o nome de Oeiras, tornando-se a primeira capital do Piauí. Muitas outras capelas deram origem a vilas que depois também se transformaram em cidades.



http://photosetrilhas.blogspot.com/ 
A história nos mostra que no Piauí, desde a colonização até hoje, a maioria das cidades nasceu de fazendas de gado que se desenvolveram e aumentaram sua população a partir da construção de capelas e igrejas.


http://photosetrilhas.blogspot.com/ 
No século XVII as terras piauienses eram administradas pela Capitania de Pernambuco. Com o crescimento da população, consequência da chegada de mais pessoas, aconteceram vários conflitos. 




Como o Piauí estava próximo a Capitania do  Maranhão e esta queria ampliar seu domínio, o Maranhão conseguiu com o Rei de Portugal autorização para administrar as terras piauienses no século XVIII.

Foto: Stanley Moore & Juscelino Reis - http://photosetrilhas.blogspot.com/ 

Chega! Só queria desejar PARABÉNS PIAUÍ !!!!


Que tenha muita saúde!


sexta-feira, 14 de outubro de 2011

SER PROFESSOR

Amanhã, comemora-se (?) o dia do professor. Lembro com muita angústia o dia que comecei a lecionar, foi uma experiência terrível. Nada era como eu tinha imaginado.(já compartilhei a experiência aqui) .Mas ao longo dos anos fui descobrindo que a sala de aula é um espaço de autoconhecimento. Nela você tem o reflexo de quem você realmente é como pessoa.


Para encarar uma sala de aula, (O que não é para qualquer um) a pessoa deve estar em pleno equilíbrio emocional, esta ciente de quem é e de todas as suas fraquezas. E o que é mais importante, deve aceitar-se, pois os alunos descobrem suas fragilidades e as usam contra você.
Não lamento, tenho convicção que escolhi a carreira certa. (ASSIM COMO INCENTIVEI OUTROS ) Afirmo que a minha profissão é de suma importância para a transformação social que tanto almejamos e, portanto, deveria ser mais valorizada (em todos os aspectos, não apenas na questão salarial).

A valorização, dentre os vários aspectos positivos, atrairá pessoas realmente comprometidas e capacitadas para a função.
Não lamento ter escolhido ser professor, pelo contrário, tenho orgulho! Fico feliz quando ex-alunos, hoje formados e muito mais competentes do que eu, me fazem deferência e agradecem. Também, compreendo aqueles que não gostaram de ser meus alunos, pois aprendi a conviver com a diversidade de opiniões.

È importante ressaltar que dos quase dois milhões de docentes existentes no Brasil, nem todos podem ser chamados de professor.


terça-feira, 4 de outubro de 2011

PLANETA DOS MACACOS: A ORIGEM DO CHE GUEVARA SÍMIO

Devido aos problemas pessoais que estou enfrentando não tenho atualizado o Blog como deveria, mas faço um esforço e sempre que posso estou aqui.
Bem, dias atrás resolvi utilizar a minha prerrogativa de professor (olha só!) e fui ao cinema ver PLANETA DOS MACACOS: A ORIGEM. Gostei muito e estou absurdamente ansioso para assistir o renascimento da franquia que virá.

Constatei que durante todo o filme torcemos pelos símios, pois parecem ser mais humanos, (isso diz muito).
Vi o César (o macaco que protagoniza o filme) como uma espécie de Che Guevara dos símios, já que para muitos, ambos representam a rebeldia, a luta contra a injustiça e o espírito incorruptível.

 A luta insana da mãe de César na ânsia de protegê-lo faz com que a gente espere que a agressividade dela apareça nele, e durante um tempo essa é uma boa fonte de suspense. O fato é que César é assustador e ao mesmo tempo um líder altruísta e afável. ("Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás").

A maior vilã do filme é uma empresa farmacêutica que só pensa nos lucros. É a ganância da indústria, e os testes anti-éticos com cobaias, que serão o estopim pro desastre que vem no filme.

Planeta dos Macacos – A Origem joga com o paradoxo  da humanidade se destruindo graças aos seus erros e sua vontade de evoluir a qualquer custo, que cria esse conflito ético entre a ciência e a natureza, onde sempre o segundo mostra que o melhor é não interferir.

O filme nos faz refletir sobre preconceitos, ética e justiça. Acompanhamos emocionados a ascensão de Cesar de bicho de estimação a líder de uma raça subjugada.
Aos poucos César vai tomando consciência da importância da união e da mobilização: ("Macaco sozinho... fraco. Macacos juntos, forte.").
A primeira palavra proferida por César é simbólica, na verdade é um grito: “NÃO!”, que expressa ao mesmo tempo resistência à opressão humana e a incontrolável sede de liberdade dos primatas presos no abrigo para animais. De fato contagia, excita e inspira a todos que assistem. Quantas vezes nós não nos deparamos com situações que gostaríamos de bradar um estridente NÃOOOO!

Quando presenciamos a cena do vilão Dodge Landon dizendo: "Tire essas patas sujas de cima de mim, seu macaco nojento!”, temos a convicção de que torcer pelos símios é a atitude mais humana que devemos adotar.
Já estou roendo as unhas pelo próximo filme, vai ser interessante ver como os humanos perdem sua posição de raça superior do planeta terra e como primatas que no princípio só querem algum tipo mínimo de igualdade se transformam em bichos autoritários, supersticiosos e militaristas.
Em minha opinião César ainda vai proporcionar cenas memoráveis.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Conclusão do curso Tecnologias na Educação: ensinando e aprendendo com as TIC!

No último dia 15 concluímos a capacitação, Tecnologias na Educação: ensinando e aprendendo com as TIC! Nela eu aprendi muito, principalmente a usar as tecnologias da informação e da comunicação como ferramentas complementares em minhas aulas chatas e cansativas (os meus alunos vivem dizendo – professor!!!!!! Você quer nos matar?).
O curso foi muito produtivo, foi bem coordenado e a nossa, tutora, a professora Rosilene, está de parabéns (muito obrigado Professora pela força que você me deu, sem você eu não teria conseguido!).
Ah! Só para constar, esse modesto blog é uma conseqüência da capacitação, do contrario eu não teria aprendido postar e compartilhar minhas experiências neste espaço. (confira a nossa estréia)

A estrutura do curso foi a seguinte:

O objetivo do curso foi promover a inclusão digital dos professores, dinamizar e qualificar os processos de ensino e de aprendizagem com vistas à melhoria da qualidade da educação básica.

A capacitação foi dividida em quatro módulos:

·         Tecnologia na sociedade, na vida e na escola

·         Internet, hipertexto e hipermídia

·         Prática pedagógica e mídias digitais

·         Currículo, projetos e tecnologia

 UNIDADE I - Tecnologia na sociedade, na vida e na escola

Iniciamos o curso refletindo sobre a identidade do professor e a necessidade de aprendizagem contínua. Analisamos como as nossas escolas utilizam as tecnologias disponíveis. Discutimos as possibilidades do uso das tecnologias no trabalho por projetos. Além de contextualizar o uso dos recursos computacionais (editores de textos e de apresentações (gerenciamento de arquivos, Internet) e dos recursos computacionais do ponto de vista pedagógico (editores de textos e de apresentações).  (clique aqui e mate a saudade)


UNIDADE II - Internet, hipertexto e hipermídia

Nesta unidade aprendemos a utilizar novas linguagens e formas de trabalho, conhecemos e experimentamos hipertextos e diversas ferramentas de produção coletiva. 

Nos tornamos capazes de:

·        Navegar pela Internet e planejar seu uso em atividades visando à aprendizagem e/ou ao ensino.
·        Navegar em ambientes hipertextuais, usando navegadores comuns.
·        Reconhecer hipertextos como ambientes não lineares de leitura e de produção textual.
·        Reconhecer que a leitura de um hipertexto é uma forma de co-autoria do que se lê.
·        Produzir hipertextos simples, sendo capaz de incluir vínculos para outros textos, para páginas na Internet e para outros pontos do mesmo texto.
·        Criar algumas possibilidades de uso de ambientes hipertextuais em educação e experimentá-las em situações reais na escola, com alunos.

UNIDADE III - Práticas Pedagógicas e Mídias Digitais

Nesta unidade de estudo foi abordado os repositórios de materiais digitais, recurso de grande valia para enriquecimento da prática pedagógica. Muitos são os sites que podem auxiliar o professor no seu dia a dia. Porém, tudo depende de muita pesquisa, leitura, análise e escolha criteriosa do material que será aplicado aos alunos.
Conhecemos navegações que auxiliam a prática pedagógica: TV Escola, Portal do Professor (MEC), TV Futura, TV Cultura, Salto para o Futuro, e outros mais que se pode achar neste vasto universo da Internet, basta fazer uma busca criteriosa. (uma dica)    (essa aula foi um barato!)
  
UNIDADE IV - Currículo, projetos e tecnologia

Finalizamos o curso fazendo uma reflexão sobre as possíveis mudanças em nosso trabalho pedagógico. Fomos provocados a mudar a nossa forma de trabalhar e incluir em nossa pratica pedagógica as famosas TICs. Dentre as reflexões podemos destacar:

·      Será que, usando computadores e internet nas atividades escolares, faremos as mesmas coisas que fazíamos antes?
·        Será que haverá mudanças em nossa atuação docente?
·        O que mudará na aprendizagem do aluno?
·        Que novos aspectos vão requerer maior atenção da nossa parte?
·        Podemos criar novas estratégias que potencializem a aprendizagem de nossos alunos?

È isso! Agora é só colocar em prática. (clique e confira) 

domingo, 18 de setembro de 2011

DEBATE SOBRE GETÚLIO VARGAS

Depois de muito trabalho chegamos ao final do curso TIC - Ensinando e Aprendendo ( confira aqui). Como atividade final, desenvolvemos um projeto-aula sobre Getúlio Vargas.

A finalidade básica foi mostrar aos alunos que a história deve ser analisada sob vários ângulos e que ela é fruto das várias interpretações possíveis.
 
Um exemplo, Getúlio Vargas, um dos mais famosos personagens da história brasileira, que para uns foi importantíssimo para o desenvolvimento do Brasil e para outros estancou a mobilização dos trabalhadores brasileiros.

Ao final das pesquisas os alunos debateram os pontos positivos e negativos do Governo de Getúlio Vargas.

Dividimos os alunos do 3º ano em 02 grupos,  um grupo contra e o outro a favor de Getúlio Vargas.
O resultado foi muito proveitoso, os alunos utilizaram vários recursos como: internet, data-show, computadores etc.

Depois de concluir as pesquisas, cada grupo apresentou três debatedores.

Os debatedores se alternaram defendendo e criticando os pontos negativos e positivos do Governo Vargas e no final cada grupo apresentou suas conclusões finais. 
O resultado foi muito satisfatório, tanto que já estamos planejando outro debate para o final deste mês. A aula foi postada no site Portal do professor (Confira aqui)

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Não somos mais estudantes como antigamente

Ainda sou estudante (duvida?)... Mas lembro com muita nostalgia do meu tempo de ensino fundamental. (e de algumas coisas TRASH também!)





Sempre estudei em escola pública e não fui um aluno modelo, vocês não imaginam como eu dei trabalho aos meus professores! 
Mas sou orgulhoso por ainda hoje manter amizades dessa época e de está em contato com alguns mestres, que hoje são meus colegas!


Atualmente na condição de professor, posso constatar que a escola pública mudou muito (Dureza!). Digo isso porque lembro que meus professores tinham autoridade. Havia alunos rebeldes mas só agiam uma vez. O conhecimento era cobrado de maneira tradicional, não havia aprovação automática.
Lembro que a disciplina era regra e não exceção.


Diante da escassez, valorizávamos coisas que hoje são desprezadas ou banalizadas, tipo: livro didático, merenda, transporte escolar. Laboratório de ciências e informática não existiam.







Quando minha professora pedia um trabalho sobre história do Brasil eu sabia que teria que ler o livro pra escrever o trabalho e tinha que ser com letra bonita e capa caprichada!
Há tempos que não recebo um trabalho escrito à mão, e quando digito uma frase desses trabalhos no Google vou parar na Wikipédia ou no Yahoo! Respostas.

Saudade de Hogwarts (confira aqui)