sexta-feira, 23 de maio de 2014

Guest post: MATRIX E O CAPITALISMO

Recentemente encontrei um vídeo muito legal sobre o filme Matrix, tanto o vídeo como o texto foram escritos por RINALDO MARTINS DE OLIVEIRA.

Me emocionou a imagem da freira Dorothy Stang 

VAMOS AO VÍDEO:



E AO TEXTO:

No meu ponto de vista, o primeiro filme “Matrix” é um rico apanhado de críticas e denúncias sutis à vida ilusória e escrava que todos nós levamos neste mundo dominado pelo capitalismo, ou mais precisamente, pela cultura capitalística. Lembrarei algumas passagens do mesmo, dando-me o direito de imprimir, aqui e ali, o meu juízo de valor, para que, quem assim desejar, possa buscar uma reflexão na analogia.

No filme, exceto alguns homens e mulheres rebelados e livres, todos os demais vivem em cativeiro, desde o nascimento até a morte, dentro de uma redoma individual, em sono permanente, encobertos de líquido gelatinoso e fios condutores ligados em todo o corpo sugando suas energias. Há um cabo central, acoplado à nuca de cada um, transmitindo informações sensitivas diretamente ao cérebro, a partir de um programa central - a chamada Matrix - dando a falsa impressão de que se vive uma vida normal, quando, na verdade, tudo não passa de uma simulação virtual.

Este é o mundo dominado pelas máquinas que, há duzentos anos, alcançando inteligência própria, disputaram o poder com a raça humana e venceram, desde então “cultivando” os homens para lhes servirem como pilhas abastecedoras, até o esgotamento e descarte.

A história gira em torno do personagem chamado Neo que é um comportado funcionário de empresa mas que, nas horas livres, é hacker viajando ilegalmente pelo mundo da virtualidade.

Neo sente algo muito estranho em sua vida e ao seu redor, como se tudo não passasse de um sonho. Na realidade, tal como quase todos os demais seres humanos, ele também está preso e escravizado mental e corporalmente pelas máquinas. Mas ao contrário de todos, tem a intuição acima que lhe traz desconforto e conflito interno contínuo.

Por conta disso, uma pessoa chamada Morpheus - outro importante personagem do filme - aparece em sua vida de forma inusitada propondo-lhe dar respostas às suas dúvidas e incertezas. Morpheus é um dos poucos homens que se libertaram da Matrix. Respeitado líder de um grupo de insurgentes que vêm procurando, há anos, o Escolhido, que conforme a profecia do “Oráculo” (um ser místico, disfarçado de dona de casa, escondido dentro do programa Matrix) viria para salvar o mundo. Morpheus acredita profundamente que Neo é esse Escolhido.

O primeiro contato pessoal entre Neo e Morpheus se dá com o acesso deste último ao mundo virtual através de um programa paralelo desenvolvido em sua nave (chamada “Nabucodonossor”). Na conversa, Morpheus mostra a Neo a realidade do mundo em que os seres humanos vivem (ou melhor, “vegetam”), escondida por trás da fachada criada pelo programa virtual: um lugar deserto, frio, em ruínas, encoberto de espessas nuvens cinzentas eletromagnéticas, vigiado por máquinas voadoras (os “sentinelas”). Isto é o que sobrou da Terra, destruída há dois séculos.

É duro para Neo aceitar ou acreditar, apesar de todas as evidências explícitas, nesta realidade e no fato de que a sua existência tem sido uma mera mentira, uma simulação, uma história fabricada. Ele tenta fugir, mas já é tarde: terá que necessariamente fazer a escolha por ingerir a pílula vermelha ou a pílula azul.

A pílula vermelha era aquela que lhe provocaria uma convulsão no seu corpo verdadeiro, capaz de fazê-lo acordar do sono inserindo-o, pela primeira vez, no mundo real, no mundo da consciência. A pílula azul faria-o esquecer de tudo o que ele até ali passou e descobriu, levando-o de volta à sua vida virtual de funcionário de empresa e comportado cidadão. Ambas as opções seriam uma decisão sem retorno.

Neo escolheu a pílula vermelha. Após ingeri-la, acaba por acordar confirmando estar dentro da redoma gelatinosa. Logo, uma máquina supervisora detecta a irregularidade, a “anomalia” e Neo, considerado como uma espécie de fruta apodrecida, é jogado ao esgoto, sendo após resgatado pelos companheiros insurgentes.

Desde então, começa a sua lenta adaptação física à vida real. “Por que meus olhos doem?”, pergunta a Morpheus, que o responde: “porque você nunca os utilizou”. A seguir começa o seu criterioso preparo mental para o retorno ao mundo virtual e o combate, sobretudo, contra os chamados “agentes”: homens de preto, frios, calculistas, muito ágeis e fortes, na verdade o anti-vírus criados pelas máquinas para proteger o seu programa Matrix.

Esta preparação de Neo consiste em desenvolver a sua capacidade de abstração da realidade, ou seja, compreender que a realidade visível, ou melhor, sensitiva, no mundo virtual não passa de uma mera aparência forjada pelo programa e que, por isso, pode ser controlada e manipulada, enfim, dominada por quem conseguir desmistificá-la por completo.

O desafio se faz muito difícil para Neo, pois não lhe basta o aprendizado de inúmeras técnicas de defesa e ataque (inseridas virtualmente na sua mente mediante outro programa desenvolvido pelos insurgentes) contra os agentes. É preciso, sobretudo, a concentração e o esvaziamento total de todos os valores enraizados no seu interior durante o seu cativeiro, para que a mente esteja absolutamente livre e capaz de ser ativada da forma correta e profunda.

Neo questiona se lhe será possível alcançar tamanha agilidade dentro do Matrix para, por exemplo, desviar, como fazem os agentes, das balas de metralhadora. Morpheus responde que a sua missão é levá-lo apenas até a porta. Terá que ser ele (Neo) sozinho, enquanto o Escolhido, a seguir adiante. Deverá alcançar um patamar de controle do programa que já não seja mais necessário sequer se movimentar para evitar ser alvejado.

É o que acaba por acontecer no final do filme quando os agentes atiram em Neo e ele pára as balas com uma das mãos e entra no corpo de um dos vilãos, explodindo-o. Os outros dois, vendo isto, fogem. Mas antes, em cena anterior, Neo é morto em confronto armado com os mesmos, o que resultaria também na sua morte real (já que a mente aniquilada no mundo virtual provocava concomitantemente a morte do corpo real). Mas, para a surpresa dos agentes e da tripulação insurgente que acompanhava a disputa pela tela dos computadores da nave, Neo ressuscita no mundo real e, por conseqüência, no mundo virtual: um fato inédito e que comprova ser ele realmente o Escolhido.

Já passada a primeira vitória, uma provocação direta às máquinas é então feita pelo Escolhido, através de telefone, no mundo virtual (o telefone é o veículo de transposição dos rebeldes entre o mundo real - a nave e o mundo virtual – o programa Matrix): que, pela primeira vez, elas também estão a sentir o medo da morte ou de voltar a serem dominadas pelos homens, seus originários criadores. Tudo porque uma ameaça real, um vírus forte e poderoso - ele mesmo: Neo - entrou no seu programa Matrix o que poderá, através disso, inclusive - e aqui a provocação se faz uma ameaça - infectar e danificar todos os demais programas em rede que lhes dão vida e autonomia.

As máquinas se preparam para a guerra. Segue a triologia.

Texto escrito por RINALDO MARTINS DE OLIVEIRA

Em 2 de março de 2008.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

“PORQUE ONDE ESTÁ O TEU TESOURO, AÍ ESTARÁ TAMBÉM O TEU CORAÇÃO”

Ultimamente tenho conversado muito com pessoas que embarcaram nesta aventura e parece haver um consenso, pelo menos por parte daqueles que já passaram pela experiência, de que a chegada de um filho trata-se de uma mudança de status radical na vida do casal. Eles dão um salto para uma nova etapa do seu desenvolvimento e avançam uma geração. É ai que você aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.

Diante da atual conjuntura familiar a opção por um filho nem sempre é tranquila. Ainda existe o preconceito de que uma criança necessariamente precise de um lar tradicional. Lembrei do meu pai, o seu Ademar, que ainda hoje vive no campo e não se encanta pelas “facilidades” da cidade. Se quiser ver o véi zangado fale mal do interior perto dele. Assim como meu avô, pai do meu pai, que nasceu, se criou e morreu no campo.

Penso que um filho é um milagre, é algo como a continuação de uma união verdadeira e que quando se é abençoado com tal dádiva, inaugura-se um nova família. Homem e mulher têm novos papéis a desempenhar e novas responsabilidades a assumir como pai e mãe. Deixam de ser cuidados pela geração mais velha, para serem cuidadores de uma geração mais jovem. Geração essa muito diferente da minha, pois durante minha adolescência, nos anos oitenta, como não havia Facebook, Twitter ou PS3, eu passei por essa década lendo histórias em quadrinhos de super-heróis. As revistas não só incentivavam a minha leitura, mas também alimentavam minha imaginação.

No entanto, não é somente a vida do casal que passa por transformações. Toda a família de origem também acompanha este processo. Há uma grande movimentação no campo emocional e todos mudam de status.

Neste meio tempo, surge a necessidade do casal se organizar para encarar as demandas da nova etapa.

Ouvimos normalmente as pessoas falarem sobre chá de bebê, quarto, berço e tantas outras providências práticas. No entanto, raramente ouvimos sobre as tarefas familiares que o casal tem a cumprir para ultrapassar esta etapa com sucesso e que são fundamentais para estruturar as bases do relacionamento da nova família, permitindo um desenvolvimento sadio aos seus membros. Lembrei daquelas lições deixadas por um pai : Sempre olhe para o lado bom! O copo está meio cheio, nunca meio vazio. Toda adversidade tem um lado bom, se você procurar.

Mas o fato é que não existe um manual que ensine como ser pai e como ser mãe, o que não pode é ser BABACA.
Cada um dos pais viverá, ao seu tempo e ao seu modo, a oportunidade ímpar de desenvolver este aprendizado através da construção da relação com o próprio filho. Deverão aprender a colocar limites e a exercer a autoridade necessária. O casal deverá tomar cuidado para não criticar um ao outro, ou mesmo influenciar na construção da relação que, no caso de pai e filho e mãe e filho, é tão somente a dois.
O casal deverá abrir espaço e tempo para intimidade entre as relações dois a dois: pai/filho, mãe/filho, homem/mulher, e também para o grupo pai, mãe e filho como família.

Cada um dos membros aprenderá sobre esta noção de fronteiras das relações e aprenderá a respeitar seus limites. É como se fosse uma dança que flui, individual, a dois, a três, e até em ciranda de grupo, quando estão com as famílias de origem.
Tanto o homem (pai) quanto a mulher (mãe) trazem de suas famílias de origem um modelo de educação que envolve hábitos, comportamentos, atitudes, cultura, etc. Tal bagagem pode ser boa ou ruim .... Eu sei muito bem como o ser humano pode ser cruel sem nem notar-se da maldade cometida.

Podemos dizer que este modelo que cada um traz consigo forma uma bagagem de vida, que a todo e qualquer momento deve ser revista conjuntamente, pois são muito diferentes uma da outra. 

Quando os dois conseguem perceber e aproveitar o que há de melhor em cada uma das duas bagagens para formarem uma terceira, passam a não ter mais necessidade de disputar sobre qual é aquela que educa melhor, se a do homem (pai) ou a da mulher (mãe).


E aí sim, os dois estarão construindo o modelo da sua nova família, para através da sua cumplicidade, dar o melhor e mais precioso presente para seu filho: uma referência única para que ele se sinta seguro e siga o caminho do seu desenvolvimento de maneira saudável.

Cabe aos avós passarem para uma posição secundária, de maneira a permitir que seus filhos, agora pais, exercitem a principal autoridade paterna e materna, ou seja, respeitar as fronteiras do casal, na qualidade de pais, e da nova família.

Portanto, é fundamental que o casal se organize e se adapte às novas circunstâncias desta etapa, para atingir o equilíbrio necessário ao desenvolvimento saudável da nova família. Se surgirem dificuldades, há que se buscar a orientação e os serviços de um profissional especializado.


Um filho, seja ele, bebê, criança ou adolescente, precisa de uma relação próxima e amorosa com seus pais e de limites firmes e bem colocados.     

A família é a única instituição que, durante todo o processo histórico, desde que criada, nunca desapareceu.

Entretanto, a estrutura da família mudou muito nas últimas décadas. Além disso, a maneira de se ter, cuidar e educar filhos também variaram.


Criança necessita de mimos e proteção, mas ser excessivamente mimada e superprotegida constitui um risco para o desenvolvimento, pois levará a uma estruturação frágil da personalidade.

O site UOL Apresenta cinco situações difíceis enfrentadas no dia a dia:










1ª) Pais precisam ser figuras valorizadas, até idealizadas pelo filho. Assim sendo, precisam ser pessoas completas, não apenas mamãe e papai.

2ª) É necessário que o filho seja ensinado a se colocar na família como o terceiro,  Ele precisa saber que, antes de serem seus pais, eles são marido e mulher. É um aprendizado importante para o presente e para o futuro.

3º) Exigência constante do filho, que quer ser atendido, de maneira imediata, em suas necessidades e desejos. Criança precisa aprender a lidar com frustração, a tolerar espera e a adiar satisfação de desejos. Precisa aprender a considerar os desejos e as necessidades alheias, para que possa fazer trocas afetivas com as outras pessoas.
 
4º) Convivência demasiada com adultos. Criança precisa do convívio de crianças. A indicação mais precoce da pré-escola, pode dar à criança um ambiente adequado, para que ela aprenda a dividir a atenção do adulto com outras crianças, a brincar junto, a partilhar seus brinquedos, a se impor e a ceder.

5ª) Filho se torna superprotegido pelos pais, pois todas as atenções estão voltadas exclusivamente para ele. Ele esquece um casaco, os pais levam; ele esquece um caderno, os pais levam; ele esquece a lancheira, os pais levam. Depois, os pais acham que ele é esquecido, desorganizado, etc. Faz-se necessário, às vezes, no seu esquecimento, que os pais deixem o filho arcar com as consequências da distração. Assim, ele começará a lembrar mais de suas coisas e de suas responsabilidades. Pais não são serviçais do filho.

Pois bem, pais que assumem a condição de ter um filho enfrentam situações de vida, de criação complexas, mas é natural que o filho tenha uma formação sadia, basta, apenas, alguns cuidados.

Além do mais ter filhos é uma das maiores mudanças da existência. Arranca a tranquilidade, tira a liberdade e promove as maiores alegrias que alguém pode viver. E é essa experiência irreversível que constrói o mundo que vamos deixar para o futuro.


NOVOS CASAIS

É inegável que nos últimos tempos multiplicam-se modelos de famílias.

Aquele casamento tradicional ainda reina absoluto, mas surge opções para aqueles que por algumas razões não podem embarcar no matrimônio tradicional, pelo menos a curto prazo.


Um exemplo é a nova modalidade de relacionamento que vem se instalando entre os casais, que não chega a ser um casamento, mas é mais que um simples namoro. O namoro pressupõe um tipo de relacionamento em que o casal se encontra nos finais de semana ou, mais de uma vez durante a semana, mantém contato virtual - seja por telefone, torpedos ou via internet - e se presta a curtir bons momentos e aprofundar o conhecimento sobre o outro. Geralmente a vida sexual é ativa e o acordo é de fidelidade.

Um fato inegável é que mesmo morando em casas separadas, esse novos casais pensam sempre no coletivo. O detalhe da casa é só uma forma de manter a relação longa e duradoura.


Excluindo os inevitáveis conflitos cotidianos, resta aos dois aproveitar os lucros do relacionamento. Onde não existe rotina, o namoro é constante. Entre os benefícios destaca-se a privacidade, já que morando em casas separadas não há como um invadir o espaço do outro.

Mas como nada no mundo é totalmente bom ou totalmente mau, há empecilhos de morar em casas distintas. O ruim é quando a saudade e a solidão apertam, aí num tem jeito é só ligar e se encontrar para matar a saudade.


O casamento pressupõe uma união debaixo do mesmo teto, geralmente com o objetivo de constituir uma família. Nos moldes convencionais, as pessoas se casam por interesses afetivos mútuos e fazem planos para adquirir bens materiais, crescer e amadurecer emocionalmente e ter filhos. Também pretendem garantir uma segurança sólida, trazendo conforto íntimo para ambos.



É claro que existe um sem número de variações sobre o mesmo tema, mas de modo geral, namoro e casamento ainda conservam as mesmas características e intenções há muitos anos.

Mas nem todos os casais podem seguir de inicio pelo caminho do matrimonio tradicional e a solução é buscar novas formas de relacionamento. Isso ocorre normalmente quando ambos já têm uma certa estabilidade profissional e financeira.


São casais que usualmente já passaram por algumas experiências afetivas e ao mesmo tempo estão numa idade - por volta de 30 anos - em que já traçaram planos individuais de conquistas na carreira e satisfação de desejos de consumo.


Então o que se pode fazer? O casal se dar bem mas não pode morar junto, a saída,  tem sido o cultivo de um espaço próprio para cada um - uma casa com toda a infraestrutura, ao gosto e administração próprios, com as portas abertas para o companheiro.

Desta forma, algumas vezes ou até mesmo na maior parte do tempo, um dorme na casa do outro, mas não mora lá. E ambos se sentem livres para voltar para suas casas sem que isso cause qualquer constrangimento ou impacto negativo.


Obviamente não existe receita para que relacionamento algum seja eterno, mas essa convivência pode obter sucesso se alguns preceitos básicos forem observados.


O importante é viver sem se preocupar com rótulos e aproveitar o que realmente importa em uma relação a dois: a vontade de um estar junto ao outro.