Realizamos mais um encontro (FOCO) com os gestores para
discutirmos a melhoria da qualidade do ensino nas escolas jurisdicionadas a URE Timon. Sabemos que não é uma tarefa fácil, tal questão envolve um leque de obstáculos,
e nós temos consciência disso. ((Ei, alguém lembra da primeira?) ... Ok ok (E da segunda FOCO, alguém lembra?)
O programa Gestão Nota 10 visa justamente eliminar um dos
gargalos da nossa educação que é a falta de gestão profissional em nossas
escolas. Ainda possuímos muitos gestores que atuam de forma empírica,
intuitiva, ou simplesmente não tem nenhum planejamento de trabalho.
Eu já falei sobre essa questão aqui diversas vezes, (confira aqui) a atuação do gestor é fundamental para o
avanço da educação e o Gestão nota 10 está ai pra isso.
De acordo com Casemiro de Medeiros (2009):
“... a gestão escolar é responsável pela orientação do
processo educativo, no sentido de garantir a aprendizagem dos alunos, do bem
estar docente e do desenvolvimento da gestão democrática voltada para o
exercício da cidadania.”
No leque de obrigações do gestor, destacamos a coordenação
da elaboração e/ou atualização da Proposta Pedagógica da escola além da assistência na atuação
do professor em sala de aula. Nenhuma escola conseguirá melhorar a qualidade do
ensino sem planejamento coletivo e sem o acompanhamentode perto pelo gestor. Da mesma
forma que também nenhuma escola avançará se os seus professores atuarem como
ilhas, isolados, cada um trabalhando de um jeito. O trabalho em equipe é
fundamental.
Um bom planejamento deve levar em conta o contexto social do
momento, tanto numa visão global quanto local, além de indicadores de
desempenho dos alunos e recursos materiais e humanos das escolas.
O grande desafio que se coloca em torno de um projeto de
ensino e aprendizagem é “mudar a mentalidade de que fazer planejamento é
preencher formulários (mais ou menos sofisticados)”. Antes de tudo, fazer
planejamento é refletir sobre os desafios da realidade da escola e da sala de
aula, perceber as necessidades, ressignificar o trabalho, buscar formas de
enfrentamento e comprometer-se com a transformação da política. (Vasconcellos,
2006).
Nesse sentido apontamos dois pontos fundamentais:
•
Avaliação e monitoramento – Além da avaliação
dos alunos, como processo, e das avaliações externas, como resultado, a
Proposta Pedagógica exige um processo contínuo e participativo de avaliação
institucional. Nesse caso, destaca-se o papel da equipe gestora da escola que
deve ser de incentivador e condutor dessa garantia de sucesso do aluno através
da proposta pedagógica (forte componente para diagnosticar e replanejar as
ações).
•
Família e comunidade – São elementos
determinantes no processo de aprendizagem dos alunos, a família e a comunidade
que devem ser encorajadas a participar de momentos de integração, inclusive da
construção da Proposta Pedagógica, por meio do Conselho Escolar.
É fundamental também que os gestores se esforcem para estabelecer um agradável clima escolar, ou seja, a boa convivência entre professores, alunos e outros profissionais da educação no interior da escola. Sem dúvida esse é fator importante para o sucesso da aprendizagem dos alunos. Esta é uma atividade de todos, mas na liderança dos gestores, configura-se num desafio permanente.
Uma outra questão que já expus
nesse blog (click aqui e confira) é o fenômeno do FRACASSO ESCOLAR. Para quem não sabe do que eu estou falando
basta observar as discussões dos docentes na hora do intervalo na sala dos
professores. A conversa inexoravelmente gira em torno de "fulano não quer
nada!”, “ô meu deus tenho que ir para aquela sala?”, “ os alunos não deixam eu
dar minha aula”. Esse é um problema seríssimo
pois desmotiva o professor e influi diretamente na qualidade do seu trabalho.
O primeiro passo para amenizar
esse problema começa pela metodologia, ou seja, o método de lecionar é fundamental
no processo de ensino-aprendizagem. Precisamos, enquanto professores, despertar
nos alunos o hábito e o prazer de aprender, estimular competências e
habilidades. A troca de experiências e o diálogo entre os
saberes já adquiridos devem ser uma realidade diária na sala de aula. O
incentivo para que os alunos possam fazer e compartilhar suas
descobertas/aprender a pensar, imaginar, criar e a viver.
“ E o que dizer, mas sobretudo que esperar de mim, se,
como professor, não me acho tomado por este outro saber, o de que preciso estar
aberto ao gosto de querer bem, às vezes, à coragem de querer bem aos educandos
e à própria prática educativa de que participo.” (Paulo Freire)
“Só há duas opções nesta vida: se resignar ou se
indignar.
E eu não vou me resignar nunca.”
(Darcy Ribeiro)