PRIMEIRO VAMOS RELEMBRAR A TRILOGIA:
Eu que praticamente fui alfabetizado pelas histórias em quadrinhos confesso que ainda estou
deslumbrado com último filme da trilogia do Nolan. Tudo foi perfeito, poucas
vezes presenciei aplausos em um cinema. Foi extraordinário como o Christopher
Nolan encaixou o três filmes sem decepcionar os fãs dos quadrinhos. O
longa-metragem fecha um ciclo iniciado em Batman Begins ao
retomar uma linha narrativa do primeiro filme e tornando a trilogia uma grande
jornada do herói.
Eu sempre gostei da forma como
Nolan apresentou Batman num tom mais realista e sombrio, ou seja, humanidade e
realismo é a base da história.
Desde o inicio da franquia quando
o jovem Bruce Wayne cai em um poço e é atacado por morcegos, fica clara a
intenção do diretor de que Batman é um mito, um símbolo: "Como homem, sou
de carne e osso, posso ser ignorado e destruído. Mas como um símbolo... como um
símbolo, posso ser incorruptível. Posso ser eterno.".
Batman Begins é melhor filme de origem de super-heróis. É com certeza, "O Cavaleiro das Trevas" é o melhor filme de super-heróis já feito.
Toda essa simbologia, a
teatralidade, a ilusão que Bruce aplica ao Batman e depois do segundo filme, a Gotham,
(quando diz que a Cidade precisa de um herói) se mostra fundamental para
mobilizar a sociedade e restabelecer as relações sociais.
Falando em relações sociais, no
filme, a Lei Dent, que possibilitou ao Comissário Jim Gordon e a polícia de
Gotham City acabarem com o crime organizado, ao permitir que seus chefes fossem
presos sem julgamento, é baseada em uma mentira. Da mesma forma que na vida
real a alienação do trabalhador, para que este não perceba a mais-valia é
fundamental para a manutenção do Sistema Capitalista: “Por que tantas pessoas
vivem com tão pouco, enquanto poucos indivíduos possuem muito?”
O fato meus amigos é que Gotham não
é tão diferente da nossa cidade. Aliás, talvez a diferença seja que nós não temos
um bilionário que “meta a mão na lama e se sacrifique por nós” ou um símbolo que
nos inspire a romper as correntes que nos prendem. Mas não muda o fato de que
precisamos de um ideal. Acho que estou afetado pelo CHE GUEVARA SÍMIO
Sim, mas vamos deixar a viagem na
maionese de lado e voltemos ao filme. Como já frisei, o filme é muito bom, o vilão Bane
tem todas as habilidades do Batman, só que mais forte e cruel. A luta dos dois é
emocionante, o diretor retirou o som, (que é marcante em todos os 03 filmes com
a trilha sonora de Hans Zimmer, é impressionante como as músicas de cada filme refletem o tema
da história.) o que sobrou meu amigo, foi porrada pura! Batman finalmente
encontra um adversário à altura - se não melhor -, que aproveitará sua já
frágil condição para quebrar o corpo e a alma do Cavaleiro das Trevas. (Ai
minha espinha!).
Anne Hathaway como Selina Kyle
(mulher gato) tá perfeita, melhor intérprete da felina até aqui. Ela é uma gata,
(com trocadilhos) a cena do bar é incrível, sem falar que ela se encaixa
perfeitamente na Bat-Moto, e por falar em moto, que moto é aquela mano? Vai encabular
quem masca fumo!
Joseph Gordon-Levitt como John
Blake (o Robin) foi outro que se saiu muito bem. Durante todo o filme fica
claro a relação entre mestre Jedi e Padawan estabelecida entre Bruce Wayne e o futuro
(?) Robin, com a assessoria do experiente Jim Gordon, claro.
Michael Caine, o Alfred, se superou.
A cena da demissão também é crua, sem som, sustentada apenas na interpretação
dos personagens, o resultado é perfeito, e por falar em interpretação o Gary
Oldman é um ator de mão cheia, o debate entre Gordon e Blake sobre a farsa da
Lei Dent é de arrepiar.
O Nolan não poderia deixar de
colocar a sua marca na cena pós-créditos, assim como ele fez em a Origem (o pião caiu ou
não caiu?) também deixou a pergunta: O Batman morreu ou não morreu? O fato é
que ele cumpriu a sua tarefa magistralmente: Tai a história se quiserem encerrá-la
aqui podem, mas se quiserem continuar também podem. Só o tempo dirá o que vem
por ai!
MAS TEM UMA VOZ TÃO LINDA!
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