quarta-feira, 3 de outubro de 2018

O que explica Bolsonaro?


Caros companheiros,

Muito tenso a reta final da campanha (Muito ódio). Principalmente por se constatar que uma parcela dos eleitores que vivem em condições econômicas razoáveis, tem um bom grau de instrução irão ariscar um país que já anda mal das pernas e, portanto, precisa de um governo com reais condições de melhorar a situação econômica da nação e principalmente dos mais pobres.... Ou seja, irão ariscar colocar o país no caos só por que não querem um governo que defenda direitos humanos ou direito das minorias... O objetivo é ser contra o PT.
  
Por que não cola o discurso de que irão votar no Bolsonaro por que não querem que a corrupção volte... Pois sabemos que apesar da Lava Jato ter sido concebida para tirar o PT do governo, ficou claro que a corrupção no Brasil é congênita.

Quero iniciar nossa conversa com a matéria do  (O Povo)

Vamos a alguns pontos da matéria:

Para entender Bolsonaro, é necessário compreender o momento que vive o Brasil. É tempo de paixões e iras arrebatadoras, irracionais. De polarizações, caça às bruxas, quase nenhuma disposição de diálogo. Nesse cenário exacerbadamente emocional, cria-se o ecossistema anaeróbico no qual esse tipo de candidatura pode proliferar. Num cenário de decisões tomadas pela racionalidade, jamais alguém com tal perfil e semelhante discurso chegaria aos dois dígitos. Talvez não saísse do traço.


Só uma coisa explica a força de Bolsonaro: o ódio. As pessoas estão com raiva, querem gritar, escrever em caixa alta nas redes sociais. O pré-candidato do PSL personifica como ninguém essa coisa revoltada, sem rumo ou lógica. Nada mais emblemático do Brasil do que os haters — odiadores, em tradução livre. As pessoas que ocupam os comentários no Facebook e afins para exalar manifestações furiosas e sem critério. Bolsonaro é o candidato esculpido e acabado para atender aos haters.


A simpatia por ele é explicada por aquilo que ele combate. O PT passou 13 anos no governo, essa geração se formou não conhecendo outro partido no poder. A perpetuação nos cargos cobra seu preço, sempre cobrou. Um deles para os petistas foi o desgaste profundo do partido e da própria esquerda. Então, muita gente vota nele porque combate furiosamente qualquer inclinação progressista. (Quando Lula foi eleito, Bolsonaro foi até a residência oficial fazer lobby, defender indicações para cargos e disse que não tem problema nenhum com comunista...).



Ele emerge, também, enquanto ganham força movimentos contra machismo, racismo e por direitos das populações LGBTI. Apoiadores de Bolsonaro transitam entre os que acham que tudo isso é chatice e “mimimi” até os que praticam diretamente as opressões que esses grupos combatem. E Bolsonaro abraça esse discurso. Acha que não existe privilégio, que seguranças de shopping não vigiam garotos negros quando entram nas lojas, que mulheres não escutam todo tipo de absurdo — assédio, em bom português — quando andam na rua ou vão a uma festa. Que gays não são ofendidos, ridicularizados ou agredidos.



Afora aqueles que Bolsonaro combate, a candidatura não oferece rigorosamente nada. Um deserto de ideias, formulação. Está reunido nele o combo explosivo de personalismo, autoritarismo, uso político da religião. Abraçou um pensamento econômico liberal alguns meses atrás, ao perceber que é a moda entre os conservadores tupiniquins. Pouco importa que seja o oposto do nacionalismo estatista que ele próprio apregoou a vida toda. (Estão a um Google de distância os elogios que fez quando Hugo Chávez chegou ao poder na Venezuela).

Em educação, saúde, ciência e tecnologia, meio ambiente, Bolsonaro é de uma aridez saariana. Cultura, meu Deus do céu!!!



Bolsonaro se tornou viável num ambiente de esquerda hegemônica e direita débil. A fraqueza conservadora das últimas décadas, a postura envergonhada e fisiológica desse campo político, fez com que as pessoas pensassem que direita é só isso, que a forma de se contrapor ao PT e à esquerda é desse jeito.

Fico triste porque foram tantos anos de lutas, tantas pessoas que morreram, deram o sangue para hoje começarmos a avançar, mesmo que lentamente, mas avançar na conquista dos direitos humanos na defesa das minorias, nas conquistas dos trabalhadores e nos direitos das mulheres...  E estamos a um passo de retroceder.

Lamento pelos que morreram para nos deixar esse legado que hoje não damos à mínima e muitos atacam esses bens que deveriam ser sagrados para todos nós.

Uma jornalista comentou sobre o vídeo do empresário Luciano Hang, proprietário das lojas Havan, cooptando os funcionários a votarem no Bolsonaro, sobre o que há implícito naquele ato:
Afirmou a Jornalista, "este vídeo é a empregada que não pode entrar no elevador social. É o empregado que não pode levantar a cabeça enquanto o patrão fala. É o operário que nunca vai ter um carro. É a Universidade apenas para os ricos. É o feitor. É o navio negreiro. É Palmares. É o DOPS. É o pau de arara. É a morte no campo. São 18 horas ininterruptas de trabalho. É a criança trabalhando na casa do "amigo" da família. É o espancador de mulheres. É a mulher recebendo menos. É morar na rua. É a expectativa e vida de 58 anos. É o grilhão, o choque, o "suicídio". A infância roubada. A república das bananas. É o mapismo. A filha da empregada que engravida do patrão. É a "defesa da honra" nos tribunais masculinos. É o bilhete do vereador. É a vergonha, a vergonha e a vergonha!"


Empresários que têm coagido trabalhadores a votar em Bolsonaro devem ser investigados pelo Ministério Público do Trabalho. É autoritário fazer ameaças diretas ou veladas, como fizeram o dono do grupo Havan, Luciano Hang, e da rede de supermercados Condor, Pedro Joani Zonta.

Claro que é legítimo empresário defender candidato, mas tratar trabalhadores como curral eleitoral é crime.

Noutros tempos a ciência política classificaria Bolsonaro como um candidato inviável. A sociedade brasileira, com seus valores escrachados e seus princípios flexíveis, revelava-se majoritariamente refratária à disciplina sanguínea do fascismo. Na década de 90, o nome de Bolsonaro seria Enéas e seu teto nas pesquisas não ultrapassaria os 7 %.


Estamos chegando à reta final da campanha, digo reta final, porque no segundo  turno o Congresso já vai está escolhido e a conjuntura eleitoral será outra.

Pois bem, todos aqui sabem minha posição, eu sempre escolho um lado... Escolho o que julgo melhor... Nas eleições municipais procuro sempre o candidato a vereador que tem propostas para o meu bairro, aquele que tem ligações com minha comunidade e assim nos demais níveis eleitorais... Ao escolher meus candidatos ajudo nas campanhas, peço voto, debato... Enfim.. .Dou minha contribuição para o processo democrático.

Dito isso, quero fazer uma ressalva... Apesar de discordar veementemente... Respeito e entendo os colegas MILITARES que irão votar no Bolsonaro.


Chamo de colegas, pois como eu que sou professor, somos funcionários públicos e sei o que eh enxugar gelo... Ser desvalorizado e não ter uma representação concreta e direta na política... E o Bolsonaro promete isso aos militares...  E por isso eu entendo e respeito o apoio dos militares a este candidato.

Faço isso por que eu também já passei por isso... Eu também já apoie um candidato que tinha uma única bandeira ... A EDUCAÇÃO ... Foi em 2006 com a candidatura de Cristovam Buarque.

Cristovam foi o candidato do PDT à presidência da República em 2006, com o senador amazonense Jefferson Peres como candidato à vice-presidência. A principal bandeira de sua campanha foi a federalização de uma educação pública de qualidade para o nível básico.


TEVE APENAS 3% DOS VOTOS E COMO MINISTRO FOI DEMITIDO POR TELEFONE.

Isso me revelou o quanto a sociedade e os governos se importam com a educação.

Só quero dizer que discordo de vocês  mas respeito e entendo a escolha. 


Faço isso para esclarecer que apesar de ter militares que apoiam o Bolsonaro por serem como uma boa parcela população machista, homofóbica e tal... Quero separar aqueles que votam nele, não pelo fascismo que Bolsonaro representa, mas apenas por estarem cansados de não serem valorizados e defendidos .... Espero que estes que estou destacando aqui sejam a maioria dos militares. Ou seja, votam no Bolsonaro pela defesa que ele faz da categoria e não pelo fascismo que ele representa.