sexta-feira, 13 de outubro de 2017

PLANETA DOS MACACOS, A GUERRA: ISSO É SÓ O FIM, ISSO É SÓ O FIM

Como o tempo passa, parece que foi ontem que eu estava vivendo uma vida melancólica ... Penso que o mundo dos quadrinhos nos faz sonhar em ser o herói, aquele que luta pelos seus, se sacrifica pelos outros e que como recompensa nunca está sozinho... Os seus o apoiam e buscam sempre vê-lo bem.

Há 06 anos EU POSTAVA AQUI eufórico o renascimento da franquia Planeta dos Macacos... E eu dizia que durante todo o filme nós  torcemos pelos símios, pois pareciam ser mais humanos... Pois bem, foi assim ao longo da trilogia.


NO SEGUNDO FILME eu destaquei a questão da perda. Passamos a vida inteira perdendo coisas. Não que a gente não ganhe nada em troca, pelo contrário, as vezes o que vem é até melhor do que aquilo que se foi. Mas isso não diminui os buracos que não podem ser substituídos das coisas indispensáveis que já não estão mais aqui. Perdemos porque precisamos aprender. Nenhuma lição é melhor que a da perda. 


Repito, Planeta dos Macacos é uma das franquias mais humanas da atualidade, que nos leva à reflexão sobre nossos erros e a uma torcida sincera contra a nossa própria espécie.

Em Planeta dos Macacos: A Guerra, o diretor Matt Reeves conclui o prelúdio para a história do filme de 1968 (baseado no livro do francês Pierre Boulle) com as mesmas urgências dos longas anteriores (A Origem, de 2011, e O Confronto, de 2014).

Planeta dos Macacos: A Guerra é um filme excelente que se baseia em uma ideia muito simples: o apocalipse de uma inversão radical na relação de poderes da sociedade. No primeiro filme da excelente saga original, humanos são tratados como animais selvagens em uma sociedade governada por símios e macacos. 

São bastante conhecidas as leituras raciais feitas sobre esses primeiros filmes a partir de algumas sugestões e pistas deixadas por eles. Os primatas que regem a sociedade, por exemplo, tentam provar a inferioridade do ser humano através de uma análise da sua formação craniana, uma referência muito direta à sociologia determinista do século XIX.

A recriação cinematográfica do universo que teve início em 2011 com Planeta dos Macacos: A Origem se afasta um pouco dessa leitura racial,  possivelmente considerando que uma correlação tão direta dos personagens com minorias específicas seria consideravelmente inadequada no contexto contemporâneo. 

Assim, o novo universo se abre para um comentário mais amplo sobre o modo como a opressão opera na vida em sociedade, pesando talvez um pouco mais para a questão dos direitos dos animais. Mas é particularmente interessante a maneira como são apresentados os macacos desertores de Caesar, o líder da resistência símea. Eles são vistos trabalhando para os humanos como animais de carga, e por isso se lê a identificação “donkey” nas costas de cada um deles.


Neste filme, o vilão é o Coronel (Woody Harrelson), que compra a guerra com o maior dos líderes dos grupos símios, o honrado César, que quis viver em paz com sua família e sua tribo até ter sua paz totalmente perturbada pelo inimigo. E assim César alimenta um ódio que o torna semelhante ao seu inimigo no segundo filme, o enraivecido Koba. Por isso César deseja enfrentar o assassino de sua mulher e de seu filho sozinho, como se fosse a última coisa a fazer na vida. 

A trajetória do herói atormentado não é fácil, mas no fim ele compreende que ódio e a vingança só leva a destruição e mais, só facilita a vitoria do mal... Quando César percebe isso ele finalmente encontra a paz.... o que nos leva as lagrimas.

É interessante também observar o filme  como uma metáfora dos Estados Unidos da era Trump, com o muro de proteção militar e o preconceito gigantesco, o que só prova o simbolismo nefasto que um muro segregacionista traz para a humanidade.

O filme constrói o vilão de forma que ele personifique o que há de pior hoje em dia nas sociedades do mundo todo: o medo e o ódio do diferente, a subversão do conceito de justiça para um ideal de vingança, a falta de diálogo e a hostilidade generalizada para qualquer coisa que possa ir contra um conceito antiquado de “moral e bons costumes”.

Embora o filme critique ferozmente o conservadorismo norte-americano e o nacionalismo exacerbado que vêm tomando vários países do Hemisfério Norte, em nenhum momento a trama demoniza por completo essa visão política, fazendo com que as ações do vilão, embora não possam ser justificadas de forma alguma, sejam minimamente entendidas no contexto em que a narrativa se insere — a dupla de roteiristas evita uma visão maniqueísta que poderia reforçar ainda mais o problema real.


O fato que é a trilogia se encerrou com a mesma melancolia de 2011.... Isso é só o fim, isso é o fim!












Texto adaptado das fontes abaixo:

https://omelete.uol.com.br/filmes/criticas/planeta-dos-macacos-a-guerra/?key=132278

https://jovemnerd.com.br/nerdnews/critica-planeta-dos-macacos-guerra/

https://scoretracknews.wordpress.com/2017/08/01/resenha-de-filme-planeta-dos-macacos-a-guerra/