terça-feira, 4 de outubro de 2016
sexta-feira, 9 de setembro de 2016
Seminário Corresponsabilização para Resultados de Aprendizagem
Minha participação no Seminário Corresponsabilização para Resultados de Aprendizagem.
O encontro ocorreu entre 31/08/2016 e 02/09/2016 em Teresina PI e teve como objetivo promover a discussão sobre o papel da gestão escolar para a melhoria da qualidade da educação pública, com foco na corresponsabilização entre instâncias e profissionais da educação.
Os facilitadores do Instituto Unibanco iniciaram com o tema "correção de rotas". Ultima etapa do Circuito De Gestão, que visa corrigir ou replanejar estratégias de gestão para evitar que possíveis desvios na Execução do Plano de Ação permaneçam até o final do ano letivo, comprometendo, com isso, o atingimento das metas e garantindo que os resultados sejam alcançados.
Também na oportunidade foram retomadas com uma síntese as três etapas anteriores do Circuito de Gestão, com o objetivo de trazer uma visão global delas e apontar suas implicações na conquista dos resultados de aprendizagem.
Marcadores:
COREÇÃO DE ROTAS,
EDUCAÇÃO,
escola,
JOVEM DE FUTURO,
SEDUC,
Seminário Corresponsabilização para Resultados de Aprendizagem
domingo, 7 de agosto de 2016
STRANGER THINGS: UMA CARTA DE AMOR AOS ANOS 1980
Vasculhando a Net senti uma perturbação na força com uma nova série que chegou causando
muito burburinho, visto isso comecei a ler as criticas e terminei fazendo uma
maratona para devorar a primeira
temporada.
Stranger
Things conta a história de um garoto que desaparece misteriosamente enquanto a
polícia, a família e os amigos procuram respostas, eles acabam mergulhando em
um extraordinário mistério, envolvendo um experimento secreto do governo,
forças sobrenaturais e uma garotinha muito, muito estranha.
Apesar
da série não ter uma identidade própria, o clima de nostalgia nos
teletransporta para os anos 80 (Não parece, mas sou desse tempo) e nos faz relembrar muita coisa boa que rolava
naquela época: ET, Conta Comigo, Poltergeist, Alien e Os Goonies são
algumas produções que influenciam a Série.
Nesse
quesito a Série é muito legal, pois relembramos as roupas, cabelos e aparelhos
daquele tempo, sem falar o que os anos 80 representa culturalmente para a ficção e a fantasia. Inevitavelmente, Spielberg é um nome muito presente na
essência da série, que passeia por pitadas de Stephen King, de filmes de horror
como A Hora do Pesadelo e de tudo que representa a "existência
paralela" dos jogos de RPG.
Um
dos pontos que mais me chamou a atenção foi as referências ao Clássico baseado
na obra de Stephen King, o filme Conta Comigo (me marcou muito). A amizade infantil toma o centro
da história de uma forma completamente orgânica, possibilitando que discussões
mais sérias a respeito do quanto conhecem uns aos outros e do quanto a amizade
de fato significa transmitam questionamentos universais através da ficção
científica.
A trama começa quando o pequeno Will (Noah Schnapp) desaparece após mais uma
partida de RPG com os amigos Mike (Finn Wolfhard), Dustin (Gaten Matarazzo) e
Lucas (Caleb McLaughlin). Os quatro garotos já não são mais crianças, mas ainda
não adentraram aquela adolescência cínica que mata parte da ligação com o
lúdico.
Eles se envolvem imensamente no mundo paralelo que criam em cada noite
de jogos, por isso os eventos que se seguirão ao desaparecimento de Will
exercerão na vida deles aquele papel clássico dos protagonistas de Spielberg: a
transição do nerd perdedor para o herói.
Ao
mesmo tempo em que Will desaparece, uma menina chamada Eleven (Millie Bobby
Brown) foge de uma espécie de laboratório de experimentos e cruza o caminho dos
garotos.
Ela é o grande elemento que unirá os quatro na luta para encontrarem o
amigo desaparecido. Se em E.T. é a própria criatura quem tem os dons
sobrenaturais para servir como deus ex machina nas horas de aperto, em Stranger
Things o papel se transfere para Eleven, que literalmente salva os meninos de
várias enrascadas provocadas por esse imprudente senso de heroísmo , ao mesmo
tempo em que é escondida por eles (da mesma forma que Elliot fazia com seu amigo extraterrestre).
Os
elementos de horror das obras de Stephen King, por exemplo, também ajudam a compor
o quadro. Isso vai desde o título dos episódios até o uso do clássico
"suspense de criatura" tão típico das histórias do autor.
Tudo em
Stranger Things é uma referência direta, assumida. Dos filmes citados aos que
são transcritos, da fonte usada na logomarca até a trilha sonora incidental. O
mais impressionante, contudo, é ver como os criadores, os iniciantes irmãos
Duffer Matt e Ross, conseguem juntar tudo isso de modo coeso, elegante e
eficiente.
O
elenco infantil é o ponto mais forte da série. A impressão é a de que cada um
dos meninos foi sugado de um dos "mundos invertidos" onde toda
criança tem uma capacidade impressionante de atuar.
Basta uma cena e a química
entre o quarteto se estabelece completamente. Bastam dois episódios e você já torce por
aqueles amigos, já ri com eles, já se arrepia com cada citação a Stars Wars e
se comove com cada abraço, lágrima ou vitória.
Stranger
Things chegou se anunciando como uma carta de amor aos anos 1980, e as
referências são promessa cumprida. É fácil se perder nas alusões e lembrar dos
filmes que marcaram a época, principalmente os meios-de-carreira de Steven
Spielberg. Com uma ambientação que remete à inocência perdida de uma década que
já se foi, a nova série da Netflix aposta na nostalgia para conquistar o seu
público.
Stranger
Things promete, e como estamos órfãos de GOT só nos resta conferir.
Marcadores:
Alien,
amizade,
ANOS 1980.,
Blade Runner,
cinema,
Ellen Ripley,
ficção científica,
filmes,
PROMETEUS,
QUADRINHOS NO CINEMA,
Ridley Scott,
series,
STRANGER THINGS
segunda-feira, 16 de maio de 2016
REGINA SOUSA, DE QUEBRADEIRA DE COCO A 'TIA DO CAFÉ'
Diante da atual conjuntura resolvi homenagear uma grande mulher que é exemplo e motivo de orgulho para nós piauienses: A Senadora Regina Sousa.
Para tal irei reproduzir uma matéria publicada no CIDADE VERDE.COM que destaca muito bem a trajetória da Senadora Regina Sousa .
E também uma belíssima matéria do portal Xapuri Revista Digital
Click no link a seguir para conferir na integra: Regina Sousa, uma notável transgressora
Fonte da imagem acima:
Na matéria intitulada: Regina Sousa, uma notável
transgressora, Zezé Weiss Jornalista Socioambiental destaca toda a trajetória de luta da grande militante Regina Sousa, Veja os principais pontos da matéria:
Regina Sousa, a cidadã piauiense
nascida no município de União, cerca de 60 km distante da capital Teresina, começa o
seu mandato como a primeira senadora eleita pelo estado do Piauí, com uma
missão transgressora: militante dos movimentos sociais e defensora
intransigente dos Direitos Humanos, a senadora Regina Sousa quer mudar o modelo
de cotas para mulheres no Sistema Eleitoral Brasileiro.
“Defendo a cota das cadeiras, não a cota das candidaturas”, diz a
Senadora. E acrescenta: “Hoje, na Câmara (47) e no Senado (13), somos 60
parlamentes. Nas duas bancadas, a principal pauta que nos une é a da cota das
cadeiras. Nós mulheres parlamentares compreendemos que a cota das candidaturas
foi importante, foi luta e conquista nossa, mas infelizmente não traz mais
mulheres para o Congresso, nem para a política”.
Didática, a Senadora explica em
voz baixa e delicada, porém firme, que o modelo vigente de inclusão de mulheres
nas chapas eleitorais, além de defasado, é perverso, porque a grande maioria
das mulheres entra apenas para legitimar as candidaturas masculinas. “Mesmo no
meu Partido, o PT, onde a mulher alcançou a paridade nas instâncias internas,
nas eleições, as mulheres fazem as contas e veem que não tem espaço pra elas.
Então se perguntam: candidatar pra quê?”
A transgressão contra o que não
está certo, Regina assumiu ainda criança. Até os 13 anos, a menina Maria
Regina, filha da quebradeira de coco Maria da Conceição e do trabalhador rural
sem-terra Raimundo (encantado), a quinta de 14 irmãos – 10 vivos e quatro já
encantados –, viveu com a família a experiência da exploração pelo latifúndio
enquanto quebrava coco nos babaçuais de União.
“Menina
ainda, compreendi as maldades do latifúndio, porque via o que acontecia com
meus pais e com as famílias que moravam no mesmo terreno que a gente morava. Lá
o trabalhador era chamado de agregado – agregado de fulano – porque morava no
terreno de uma pessoa. Cada agregado tinha que dar um dia de serviço por semana
na roça do patrão. E se não desse, no dia seguinte ele era mandado embora, tendo
de sair em 24 horas. E se não fosse, o patrão botava fogo na casa. Eu vi muitas
casas pegando fogo.”
Regina conta que as casas eram
feitas somente com palha, tanto em cima como embaixo, tanto no forro como nas
paredes, porque para os trabalhadores não valia a pena se esforçar para fazer
uma casinha de taipa, mais arrumada, uma vez que poderiam ter que deixá-la a
qualquer momento. E que foi daí que surgiu a sua necessidade de lutar pelos
direitos humanos, contra as injustiças desse mundo.
“Eu ficava revoltada, porque passava o dia quebrando coco pra de tarde
vender na quitanda do dono do terreno. E aí ele não nos dava dinheiro, dava um
vale de papel. E esse papel a gente tinha que trocar pela mercadoria dele, da
pior qualidade, tudo da pior qualidade, o arroz da pior qualidade, o feijão da
pior qualidade. Essa coisa era muito doída na minha cabeça. Então eu, que por
alguma razão já tinha uma mente transgressora, dei um jeito de melhorar a nossa
situação: a gente quebrava uns doze quilos de coco por dia, entregava uns sete
e escondia uns cinco. Aí tinha uma comadre da minha mãe que levava, vendia e
trazia o dinheiro pra nós. A gente tinha que fazer essa transgressão porque, do
contrário, não tinha dinheiro pra comprar roupa, ou pra comprar o que não tinha
na venda do patrão. Tudo ali era só no papelzinho, que não dava pra nada.”
Embora morando na roça, Regina
foi alfabetizada na idade certa, “em uma
daquelas escolas chamadas de escola isolada, com todas as séries na mesma sala,
mas sempre fui pra escola, porque meus pais botavam a gente pra trabalhar mas
também sempre tiveram o cuidado de fazer a gente ir pra escola”.
Depois, já com 13 para 14 anos,
Regina deixou a vida de quebradeira de coco em União para estudar fora, não em
Teresina, que era mais perto, mas em Parnaíba, no litoral, “porque tinha um parente nosso morando por
lá, que primeiro levou meu irmão, e depois me levou para fazer o quinto ano –
naquele tempo tinha o quinto ano primário, que vinha antes do exame de admissão
para o ginásio, que era considerado ensino secundário naquela época”.
Na Parnaíba, Regina já chegou
liderando. De pronto entrosou-se com a turma e tornou-se a oradora do quinto
ano. Modesta, explica as razões da escolha: “Eu acho que essa facilidade para me entrosar foi porque como criança do
interior eu era muito curiosa e perguntava muito. Então fui notada.”
Foi na cidade de Parnaíba que
Regina fez o ginásio, o curso pedagógico (equivalente ao curso normal), e
tornou-se professora primária, sempre estudando em escola pública. Depois deu
aulas. Depois decidiu que queria estudar mais, que tinha que ir pra
Universidade, e como em Parnaíba só tinha a Faculdade de Administração, a moça
Regina foi embora para Teresina, fez o vestibular e passou para Letras na
Universidade Federal do Piauí, onde formou-se professora com habilitação em
língua portuguesa e língua francesa.
O movimento estudantil, Regina
descobriu na Universidade, em plena ditadura militar. Apoiava, participava das
assembleias, mas não tinha como ir pra linha de frente. Para se sustentar
enquanto estudava, trabalhava em duas escolas, uma pública e uma particular. “O
que ajudava é que minha família já tinha melhorado um pouco de vida e tinha
vindo morar em Teresina. A gente tinha uma casinha muito ruinzinha, uma casinha
de taipa, mas era a nossa casinha.”
Mesmo assim, Regina levava uma
vida difícil. Fez concurso para professora da rede pública e passou, mas o
salário não dava para pagar as contas e ajudar a família. Regina foi em frente,
encarando os dois turnos de magistério. “Eu trabalhava de manhã, de tarde, e
estudava à noite. Da escola particular, eu levava uma sacola de cadernos pra
corrigir todo dia. Então eu ia pra faculdade com aquela sacola de cadernos e
depois quando chegava em casa ainda ia corrigir aquela batelada de cadernos
pras 7 da manhã entrar em sala de aula de novo.”
A linha de frente na militância
Regina só pode assumir depois da formatura. Começou ainda nos anos 70, no
movimento de professores. Nos anos 80, já com mais de 30 anos, fez concurso
para o Banco do Brasil, passou e mergulhou na atividade política e sindical.
Foi fundadora do PT e dirigente nacional da CUT.
“Aí eu já conhecia vários militantes sindicais, como o Gilmar Carneiro,
dos Metalúrgicos de São Paulo, e o Jacques Pena, dos Bancários de Brasília. E
acabou que formamos lá no Piauí uma chapa pra disputar o Sindicato dos
Bancários. Em 89 ganhamos o Sindicato. O Wellington Dias era presidente e eu
vice. Depois que o Wellington saiu, eu acabei virando presidenta do Sindicato
dos Bancários.”
No PT, Regina sempre atuou em
parceria com o amigo Wellington Dias, atual governador do Piauí. Militante, a
Senadora foi presidenta do PT e coordenou as campanhas de Wellington para o
governo do Piauí. Executiva, assumiu a Secretaria de Administração nos dois
mandatos do Governador, no período de 2003 a 2010. Atualmente, é presidenta do PT no
Piauí e integra a Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores.
Sobre sua chegada ao Senado, o
governador afirma: “Regina Sousa
trabalhou nesses últimos quatro anos como segunda senadora. De um lado,
cuidando da gestão, da equipe, da administração, da coordenação política; de
outro, cuidando das emendas, das demandas dos municípios, dos movimentos
sociais e da relação com o próprio partido. Acumula um conhecimento
extraordinário. Foi nossa coordenadora da campanha e tem muita capacidade e
respeitabilidade. Antes de tomar posse, já tem participado conosco de reuniões
importantes. Com Regina Sousa no Senado, ganha o Piauí e ganha o Brasil.
Teremos uma senadora sensível, preparada e corajosa”.
No Senado, em sua primeira
experiência como parlamentar, a senadora Maria Regina Sousa, funcionária
aposentada do Banco do Brasil, militante dos movimentos sociais e poetisa nas
horas vagas, elegeu como prioridades a defesa incondicional dos direitos
humanos, do acesso à educação, da justiça social, do meio ambiente e das
bandeiras dos movimentos de mulheres.
Pragmática, a senadora diz que
está em Brasília para cumprir bem essa missão, mas que o Parlamento nunca foi
uma escolha voluntária dela. “Na hora da disputa da suplência do Wellington, já
prevendo que ele ganharia a eleição para o governo, todos os partidos da base
aliada queriam a primeira suplência. E dentro do PT também tinha disputa. O
único nome que gerava consenso era o meu. Então virei suplente do Wellington. E
acabei Senadora da República”.
Disciplinada e determinada, nos
fins de semana a militante Regina visita as origens e trabalha com os
movimentos sociais e as bases partidárias no Piauí. Em Brasília, usa o tempo
que lhe sobra na agenda parlamentar para fortalecer os movimentos locais e
nacionais.
domingo, 10 de abril de 2016
O PÓ QUE É DA TERRA, À TERRA VOLTOU
Hoje vou lembrar com saudade, dos meus avós.
Dona Cristina minha avó e madrinha, ao longo de 84 anos, foi uma mulher trabalhadora, determinada e sempre preocupada com a família. Sempre foi uma católica ativa, frequentava missas, rezava o terço...
Dona Cristina acompanhou de perto o crescimento dos seus 9 filhos e 8 netos.
Morte digna é uma forma que Deus providencia para aqueles que vivem na retidão, como foi a história de Dona Cristina.
Ela completou seu
ciclo de vida sempre forte, nunca fraquejou, nunca reclamou da vida, nunca
lamentou.
Sabemos que as
despedidas doem, soam a uma casa vazia. Soam a ausência e solidão. Mas a Morte
não é Nada, é somente a passagem para o outro lado do Caminho.
Quero dizer minha madrinha que o que você era para nós continuará sendo, pois continuaremos falando com você e lembraremos de você todos os dias. Apenas continuaremos vivendo no mundo das criaturas e você estará vivendo no mundo do Criador.
Seu nome sempre
será pronunciado como sempre foi, sem ênfase de nenhum tipo. Sem nenhum traço
de sombra ou tristeza.
O fio não foi
cortado, pois você não estará fora dos nossos pensamentos, mas apenas fora de
nossas vistas.
Temos a certeza de que a senhora não está longe, apenas está do outro lado do caminho, para onde todos nós um dia também atravessaremos.
Somos gratos à sua vida, que tantas vidas gerou e inspirou, numa silenciosa mensagem de amor e doação; reconhecemos o seu nobre desprendimento, e marcamos para sempre o seu nome em nossos corações com a saudade e seu exemplo de vida.
Madrinha, ao tempo
em que a tristeza reveste nossas vidas com seu manto, também nos alegramos
porque temos a certeza de que agora você viverá plenamente.
Não posso deixar de falar no meu avô e padrinho Areolino que hoje, assim como a madrinha, descansa junto ao Criador.
A sua vida foi uma missão aqui na terra. De agora em diante, será uma
mistura de falta e presença, falta porque não podemos mais lhe ver, e presença
porque podemos lhe sentir em nossos corações.
Para nós que cremos em Deus, a morte é cheia de vida, pois morre a noite para nascer o dia, morre a semente para nascer a flor, morre o homem para o mundo e nasce para Deus.
Meu avô viveu, lutou, criou... Foi breve sua despedida, teve uma morte serena como a de um santo, após saber da sua missão cumprida.
Mas viverá para sempre nos seus filhos, netos, parentes e amigos. Nenhum de nós há de seguir confuso nos trilhos da vida por falta dos conselhos que ele nos deu.
Seu corpo permanece nesta terra, mas
a sua alma, com certeza, está no Céu...
A dor da perda, só não é maior do que a lembrança de suas virtudes e
exemplos que ele nos deixou.
O Céu é lugar dos justos e bons... Por isso Deus o chamou.
O Pó que é da terra, à terra voltou... Seu espírito de Deus, com Deus está.
A saudade que sentimos agora é porque nós os amamos e o amor transcende o
espaço e o tempo, não se limita ao contato físico, torna-se parte de nós, impregnando
nosso espírito e nossa alma, confortando-nos em dias difíceis.
Meu avô e padrinho era um homem bom e simples. Vivia para a sua família,
com a força da simplicidade, sem rapapés refinados, nem frases de bom
português. Gostava de conversar, contar histórias, adorava se vangloriar sobre
a “matuteza” dos netos que viviam na cidade.
Se um de nós retrucasse: “mas Padrim eu sou formado!”, ele perguntava: “mas sabe tirar o couro dum bode?”.
Se um de nós retrucasse: “mas Padrim eu sou formado!”, ele perguntava: “mas sabe tirar o couro dum bode?”.
Durante sua vida, percebeu que a maior herança que poderia deixar era a
retidão moral e o respeito à família. Morreu orgulhoso de ter todos os seus
filhos por perto, nenhum se desgarrou. Na casa do Seu Areolino, nunca faltou
comida, remédio, nem café no bule.
Mas a Morte é inevitável, pega a gente de surpresa. Muitos sonhos, planos
que de repente são interrompidos, mas agora serão concretizados com o auxílio
de Deus, pois ele está no colo do Pai intercedendo por todos nós que aqui
ficamos na terra.
Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Aqueles que amamos nunca morrem…
Apenas partem…
… Antes de nós!!!
Descansem em paz.
Descansem em paz.
domingo, 20 de março de 2016
O TROMPETE AZUL VENCEU
Recentemente
li (site Precisava Escrever) uma resenha muito boa sobre a série HOW I MET YOUR MOTHER.
Esta série gira em torno da vida de Ted e dos seus amigos, que
é narrada pelo próprio aos seus filhos, 25 anos mais tarde, onde ele conta as histórias e peripécias que o levaram a conhecer a mãe deles.
Em 2005, aos 27 anos, o jovem Ted Mosby, após o seu melhor
amigo Marshall ficar noivo, decide finalmente ir em busca da sua
cara-metade.
Com gestos românticos questionáveis, Ted conhece Robin no bar que
costumavam frequentar, Maclaren's Pub.
O que mais me chamou a atenção na leitura foi o destaque para o diferencial que fez com que a série (HIMYM ) se desprenda do perfeccionismo de ficção e se torne um aprendizado de vida, algo real.
Durante a referida leitura eu lembrei do filme QUESTÃO DE TEMPO:"Será que ao observarmos o dia a dia, já não teríamos motivos suficientes para prosseguirmos?". Questão de Tempo ensina preciosas lições de moral: viva cada momento como se fosse o último, aprecie as
menores coisas da vida e não será necessário refazer nada.
Nessa
mesma linha tem um clássico do cinema FEITIÇO DO TEMPO, em que o protagonista Phil, personagem de Bill Murray se sente preso ao próprio destino,cumpre sua
rotina sem prazer até que fica preso nas engrenagens dos seus dias e tem que
voltar ao que não fez bem feito até que aprenda.
O
próprio Phil só consegue se libertar do
ciclo de repetições quando ele descobre que naquela cidade que ele tanto odiava
ter de ir todos os anos, havia muitas coisas que ele nunca prestara atenção,e
só começou a percebê-las quando ficou preso no tempo.
Através
das repetições observamos o quanto somos prisioneiros de cada dia que deixamos
de viver, e que a única forma de nos libertarmos é fazendo de cada dia o
melhor de nossas vidas.
Isto parece ser fácil na teoria, mas na prática todos nós sabemos quanto esforço temos que fazer quando a vida, a rotina se torna pesada.
Isto parece ser fácil na teoria, mas na prática todos nós sabemos quanto esforço temos que fazer quando a vida, a rotina se torna pesada.
Há
um aprendizado importante quando o "destino" parece não nos deixar
muitas opções em relação ao que fazer, e que, portanto só podemos escolher
"como" fazer.
Estamos
a todo o momento fazendo escolhas, entendendo que nossa responsabilidade não
está apenas nas nossas limitações, mas também num âmbito mais coletivo, onde
minhas atitudes podem alterar, piorar, ou melhorar a vida do outro.
E é neste aspecto que Phil muda e se transforma surpreendentemente.
E é neste aspecto que Phil muda e se transforma surpreendentemente.
FEITIÇO DO TEMPO é um clássico, pura poesia:
Esta Declaração de amor que o Phil faz para a Rita prova isso:
-
"A primeira vez que eu a vi, algo me aconteceu.
Eu
sabia que queria abraçá-la o mais apertado que podia,
eu
não mereço alguém como você, mas se eu pudesse,
eu
juro que eu a amaria pelo resto da minha vida.
Não
importa o que aconteça, amanhã ou até o restante de minha vida, eu sou feliz
agora porque eu te amo.”
Bem,voltemos
a série HOW I MET YOUR MOTHER
Sobre
a temporada, acho que as pessoas não entenderam muito bem o que foi feito. O
final de semana do casamento foi a forma encontrada de reunir todos personagens
e de relembrar e homenagear tudo que foi vivido. Concordo que se tornou
monótono em alguns momentos, mas com certeza teve episódios realmente muito
bons e resgatou quase tudo que se passou nos anos anteriores.
Sobre
o episódio final, percebo que as críticas vem de pessoas que, na minha opinião,
criam expectativas falsas do que seria o próprio seriado. Fiquei impressionado
com a forma realista que os roteiristas trataram a trama desde o início,
especialmente nesse último capítulo.
Sabe,
acho que a vida é mesmo assim. É bem provável que você não vá casar com o amor
da sua vida, talvez vá ter que viver longe de quem você ama, talvez terá que
escolher entre o seu sucesso profissional ou o da sua esposa, talvez será um
solteirão até os 40 anos, talvez tenha uma filha com uma mulher que você mal
sabe o nome, talvez tenha problemas de relacionamento com o seu pai, talvez
sonhe em ser um arquiteto renomado e se descubra um professor ou, talvez, vá
esperar anos para conhecer um grande amor e perdê-lo um tempo depois com uma
doença terminal.
É
assim que a vida é, e “How I Met Your Mother” soube, como poucos, retratar tudo
isso com uma mistura de comédia e drama que vi raras vezes ser conduzida com
tanta habilidade. O desfecho final foi simplesmente impressionante. Marsh e
Lily constituíram uma família perfeita, cheia de amor e bem estruturada
financeiramente, exatamente como mereciam.
Barney
voltou a ser “Barney”, e pediu pelo amor de Deus para que nós, seus fãs, o
deixássemos ser assim. Aquele personagem das últimas temporadas não era ele. A
maioria de nós nasce para ter um grande amor, uma família, uma vida controlada.
Com ele não. Ele tentou mudar, mas não aconteceu. Trata-se do anti-herói, o
ponto fora da curva. E foi justamente por isso, e pelo talento e carisma
extraordinário do ator, que esse personagem foi quem por inúmeras vezes segurou
o seriado nas costas.
Todas
as vezes que a trama sentimental deixava a desejar, lá estava o lendário, como
seu terno impecável, a postura moral questionável e o copo em um das mãos, nos
fazendo chorar de rir. E é assim que vou me lembrar dele. Barney realmente se
apaixonou por Robin e, alguns, quiseram acreditar que esse sentimento seria
forte o suficiente para mudar sua essência. Não foi.
Talvez
a filha seja. Definitivamente trata-se de um tipo de amor que tem esse
poder. Infelizmente não teremos a chance
de comprovar. Robin realizou o seu sonho, o que se propôs a fazer desde que
chegou a Nova Iorque. Tornou-se uma apresentadora famosa e conheceu o mundo.
Nunca soube muito bem lidar com os próprios sentimentos e com sua impulsividade
e, por isso, teve que colher os frutos da vida que escolheu.
Ela
alcançou o sucesso profissional, mas foi obrigada a conviver com a solidão e o
remorso. Para finalizar, falar de Ted Mosby, para mim, é muito fácil. Minha
identificação com ele é imensa desde que vi o primeiro episódio da série. Por
todos esses anos imaginei dezenas de finais, mas nunca consegui pensar em algo
tão “Ted”.
A
descrição de Lily foi perfeita: “o coração mais resistente que já conheci.” O
cara que tem os pais separados, que é deixado no altar, que, muitas vezes, se
sente frustrado profissionalmente, que perde o amor da sua vida para um dos
seus melhores amigos, que encontra um grande amor e vê essa mulher adoecer nos
seus braços.
Um
cara que passa por tudo isso e, ainda assim, consegue acreditar na vida e na
felicidade. Um cara de índole e conduta intocáveis. O amigo que todos gostariam
de ter. Um cara que, um dia, reuniu os filhos na sala de casa e contou a
história da sua vida, não só para que eles soubessem a forma com que os seus
pais se apaixonaram, mas também para pedi-los permissão para que pudesse,
finalmente, correr atrás da mulher que sempre amou.
Como
condenar isso? Simplesmente fenomenal. Saída genial para quebrar aquela célebre
frase dita no final do primeiro episódio: “Essa é a história de como conheci
sua tia Robin”.
Entenda-se,
essa é a história do dia que conheci a mulher que eu sempre amei. E isso não
quer dizer que Ted não tenha amado a mãe das crianças. Claro que amou. Que
atire a primeira pedra quem só teve um amor na vida. E outra, como não se
apaixonar por uma mulher daquela? Ela era tudo que o Ted sempre quis e mereceu.
Feliz combinação de atriz e personagem.
Mas
a vida é cheia de surpresas e, quis o destino, variável inclusive sempre muito
atuante no seriado, que ela partisse cedo demais. Eu seria o primeiro a
condenar a história caso Ted tivesse fugido com a Robin na véspera do casamento
com Barney ou divorciado da Sra. Mosby para ficar com ela, mas isso não seria o
Ted e, sendo assim, jamais aconteceria.
Aplaudo
a forma sutil e habilidosa que o seriado retratou a morte da mãe. Realmente
vibrei muito com a cena final do seriado. Tributo, ao meu ver, mais que
merecido ao primeiro capítulo, o melhor de toda a série. Tudo se torna ainda
mais genial pelo fato da cena dos filhos ter sido gravada há muitos anos atrás.
Ou seja, não foi algo que os autores arrependeram e voltaram atrás na última
hora.
Era
algo que eles sempre planejaram e, mesmo assim, fizeram tudo que fizeram.
Incrível! Para mim sempre foi Ted e Robin. A mulher que ele viu do outro lado
do bar e soube naquele exato momento que seria a mulher da sua vida. E foi.
Confesso que já tinha me dado por vencido e desacreditado nessa reviravolta.
Sinceramente, quem não vibrou com aquele fim, precisa rever o seriado inteiro.
O
trompete azul venceu. O final feliz que já tinha desistido de ver e que o
destino trouxe de presente mais uma vez. Arrepiante. Inesquecível.
Por
fim, fica a mensagem do seriado clara: As vezes procuramos a felicidade como um
fim que nunca iremos alcançar, e não percebemos que esbarramos com ela milhares
de vezes pelo caminho. Talvez o melhor dia da sua vida seja o dia do seu
casamento, o dia do nascimento da sua filha ou o dia que conhecer seu grande
amor. Pode ser....
....Mas
talvez seja apenas uma noite como tantas outras, sentado em um bar, rindo com
seus melhores amigos.
Acho
que é disso que sentiremos saudade quando sentarmos para contar histórias para
nossos filhos.
Marcadores:
amizade,
Barney,
cinema,
dia do amigo,
FEITIÇO DO TEMPO,
filme,
filme Questao de tempo,
HIMYM,
HOW I MET YOUR MOTHER;,
Phil & Rita
Assinar:
Postagens (Atom)