terça-feira, 13 de novembro de 2012

DE PAI PARA FILHO


Após uma semana extenuante de trabalho resolvi mais uma vez usar a minha prerrogativa professoral (Lei nº 3.130/2002) e fui ver Gonzaga - De pai para filho, um filme sobre mágoas e reconciliações entre pai e filho (Gonzaguinha e Luiz Gonzaga). 

Que retrata a vida de Gonzaga, desde sua infância em Exu, no sertão pernambucano, passando pelo início da carreira nas ruas do Rio de Janeiro, até sua histórica turnê 'Vida de Viajante' com o filho Gonzaguinha.

Se me perguntarem se vale a pena, a resposta é sim, apesar de alguns tropeços, no inicio o filme parece uma minissérie da Globo, é emocionante refletir sobre as nossas origens,  digo isso porque quem tem raízes no campo logo se identifica.


De cara me emocionei com a paisagem árida do sertão, (lembrei de casa) as mulheres com pano na cabeça , as novenas, e a lei geral do interior, a benção: ... Bença pai! Deus de faça homi! ... Bença pai! Deus de faça filiz! ... Bença pai! Deus te dê saúde!


Na tela o nordestino é retratado como uma figura de homem forte e que não tem medo do trabalho, capaz de lutar até o último momento para manter a família, superar os obstáculos e determinados a aceitar o destino fatalista trazido pela seca.

Lembrei do meu pai, o seu Ademar, que ainda hoje vive no campo e não se encanta pelas “facilidades” da cidade. Se quiser ver o véi zangado fale mal do interior perto dele. Assim como meu avô, pai do meu pai, que nasceu, se criou e morreu no campo.


É uma história sobre famílias e a falta de capacidade que temos em lidar com o legado dos nossos pais ou com as novas fronteiras dos nossos filhos. Gonzaga não é apenas uma cinebiografia de dois cantores que, por acaso, são parentes. É sobre este conflito pai e filho que vive em cada um de nós.


Os intérpretes de Gonzaguinha dão um verdadeiro show. Alisson Santos, na infância; Giancarlo Di Tomaso, na adolescência; enquanto que Júlio Andrade, na fase adulta, não é um intérprete, porém o sósia de Gonzaguinha.

O filme é permeado de clássicos dos dois artistas (Gonzaga e Gonzaguinha). Boa parte com o baião de Gonzagão, é fato. Mas, em muitos momentos ouvimos os acordes com letras potentes de Gonzaguinha a exemplo de Sangrando, que o vemos compondo. Além da música escolhida para o encerramento que é bem condizente com tudo aquilo e nos faz sair cantando, felizes da sala de cinema.



No fim das contas, Gonzaga - De pai para filho é um ótimo filme que deve ser conferido e apreciado. É uma ótima oportunidade de conhecer dois grandes nomes da música brasileira e um pouco da história deles e da própria música nacional.

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