Filmes não costumam mostrar
exatamente a realidade, neles vemos histórias com início, meio e fim, porque é
justamente isso que buscamos. O cinema tem o poder de criar histórias que se
fecham de forma satisfatória, para nos deixar com aquela sensação de dever
cumprido e, com alguma sorte, uma lição de moral também. No entanto, não é por
esse caminho que segue Richard Curtis no filme Questão de Tempo.
Questão de Tempo tem aquela
mensagem de 'carpe diem', que pode parecer um pouco clichê, mas que se encaixa
perfeitamente aqui. É um tipo de filme que você se sente bem, feliz, quando
acaba de assistir. E também te faz pensar na sua própria vida.
É um filme encantador. E um bônus
por ter o casamento mais sensacional que eu já vi. A trilha sonora também é um
ponto alto desse filme.
Como não curtir How Long Will I Love You de Jon
Boden?
Ou The Cure - Friday I'm In love
Eu gostei muito desse filme, pois nos convida à reflexão sobre a forma de encararmos a vida. Será
que realmente há necessidade de voltarmos no tempo para repararmos erros? Será
que numa forma mais simples, agradecida e de boa vontade seria realmente
necessários os arrependimentos e desejos de retornarmos no tempo? Será que ao
observarmos o dia a dia, já não teríamos motivos suficientes para
prosseguirmos? Penso que ao levantarmos e nos determinarmos "o dia feliz
apesar de...." cuidando para que nossas atitudes sejam assertivas de
primeira? Algo tipo: Que tal levarmos a vida mais leve? ou então "Minha
vida não TEM nada de extraordinário, entretanto, sou extremamente feliz com a
minha vida extraordinariamente simples. Para mim, a beleza desse filme está
exatamente aí...
"Todos nós viajamos juntos pelo
tempo
todos os dias das nossas vidas
Só podemos fazer o nosso melhor
para aproveitar este passeio
surpreendente."
Viagem no tempo é um assunto
complicado em qualquer contexto, seja ficção científica ou romance. Existem
regras que não devem ser quebradas, paradigmas a serem evitados e infinitas
possibilidades de destinos a serem considerados. No entanto, quando o que está
em jogo é a vida de uma pessoa, sua felicidade, e não o destino do universo, a
perspectiva muda muito.
Em Questão de Tempo conhecemos
Tim (Domhnall Gleeson ... Famoso por interpretar Bill Weasley no filme de Harry Potter), um jovem que só quer encontrar o amor descobre que descende de uma
família de viajantes no tempo. Seu pai (Bill Nighy) lhe ensina: entre num
armário ("um lugar bem escuro também funciona") e pense no exato
momento do tempo para o qual você quer voltar e estará lá.
É estabelecida, então, uma nova
regra: não é possível ir para o futuro onde nunca antes se esteve. Chega a hora
de testar o novo presente - e tudo dá muito certo. No entanto, como qualquer
pessoa inexperiente, entre trancos e barrancos Tim descobre as maravilhas de se
refazer um momento, por mais breve que seja; mas também que a dependência de se
refazer o passado pode ser problemática.
Inicialmente, o longa parece mais
uma bobinha comédia romântica. São apresentados valores familiares, uma intensa amizade entre pai e filho, o amor de cônjuge, o de irmãos e aquele entre
amigos. É aí que dá-se início ao caminho de Tim entre as escolhas, ganhos e
perdas da alteração do passado, escolhas difíceis entre amores diferentes, mas
não menos intensos.
Já casado com Mary (Rachel
McAdams) e pai de Posy, uma linda menininha; Kit Kat (Lydia Wilson), irmã de
Tim, sofre um acidente de carro. Instintivamente, volta-se no tempo para evitar
o desastre. Ao retornar para o presente, Tim se depara não com Posy, mas com
uma criança completamente diferente. "A cada vez que você modificar alguma
coisa no passado, terá um filho diferente", diz seu pai. A nova regra gera
um grande conflito em Tim: salvo minha irmã e me acostumo com um filho
diferente ou tenho Posy de volta e Kit Kat sofre o acidente?
Essa não é a última encruzilhada
de Tim, que sofre e faz sofrer a cada decisão tomada. A pior de todas, porém, é
ter de deixar seu pai e melhor amigo para trás. O roteiro de Richard Curtis
emociona ao usar o tom sentimental sem ser meloso, tocando fundo em questões se
não iguais, muito parecidas as do espectador. Mesmo com algumas escorregadas no
ir e vir temporal, Questão de Tempo ensina uma preciosas lições de moral: viva
cada momento como se fosse o último, aprecie as menores coisas da vida e não
será necessário refazer nada.
FONTES:http://www.adorocinema.com/filmes/filme-201760/criticas-adorocinema/
http://omelete.uol.com.br/filmes/criticas/questao-de-tempo/?key=83688)